Entrevista especial: Glória Groove

Se Glória Groove já foi  destaque por ser um  “Bumbum de ouro” e ganhou o Brasil com “A sua Voz”, hoje ela  entra numa fase bem  Bonekinha, que tem tudo  para ser mais um sucesso.

Conversamos com a cantora, fenômeno da música pop nacional, durante a coletiva em que apresentou seu novo trabalho, o álbum “Lady Leste”.

Com o novo single “Bonekinha”, uma das maiores drag queens do Brasil traz a reafirmação da identidade feminina com a qual se relaciona.

“Na minha vida, sempre tive como grande referência a Lady Gaga, que mudou a minha vida. Também tenho como influência a Lady Night, da Tatá Werneck. Agora, eu também sou uma lady, como uma carta de amor às mulheres da minha família, que trabalham comigo, todas que vêm do mesmo lugar que eu e que são minha inspiração direta”.

“Era necessário, na época em que surgi, criar um mundo de fantasias. Agora, sinto a necessidade de fazer o caminho contrário e abrir de vez o meu coração. Sinto que tenho muita coisa para confessar, muita coisa sobre mim que as pessoas não sabem”.

“Lançar esse trabalho no mês do orgulho é mais um jeito de mostrar nossas potências. Pra mim, tem tudo a ver apresentar um dos trabalhos em que mais me orgulho, neste mês.  A gente sabe o tamanho da oposição que existe aqui pra que não sintamos esse orgulho e, por isso, é bom mesmo que a gente solte trabalhos, que mostremos que o país também é nosso”.

“Quero me ligar a marcas que têm pessoas LGBTQIA+ em todos os setores. Quantas travestis estão em cargos de importância em uma empresa? É isso que buscamos. Junho virou o mês em que todo mundo bota a bandeira pra fora, mas quando ele acaba, o amor vai embora. Queremos estar sempre à frente das cortinas, mas também atrás, trabalhando”.

“A gente não pode deixar se levar pela beleza e encanto do sucesso de artistas como eu ou a Pabllo. A homofobia e a transfobia são algo estrutural, que lidamos todos os dias e temos que lembrar que representamos uma fatia da sociedade que morre todos os dias e tenho consciência da importância de falar disso”.