Do outro lado: MUJI, uma loja sem marca

Fotos daqui, daqui e daqui

A primeira vez que eu vi uma MUJI foi ano passado, no aeroporto de Hong Kong. Foi amor à primeira vista! A loja é linda (eu adoro um design minimalista!) com produtos para viajantes (necessaires,
bolsinhas, porta-trecos, capinha de celular, de notebook, comidinhas) que pareciam de ótima qualidade. O que achei engraçado foi que as coisas não tinham uma etiqueta chamativa com o nome da marca, mas de qualquer forma aquele nome ficou na minha cabeça.
Mês passado eu estava andando pelo centro da cidade onde moro (Ningbo, China) e vi uma loja da MUJI. Fiquei super feliz, e ao perceber o meu desespero minha amiga chinesa falou que o lugar era novo, por isso que eu nunca tinha visto. Claro que fui lá conferir para depois dividir minhas descobertas aqui!
A primeira foi que a loja não vende só artigos de viagens, e que o que tinha no aeroporto de Hong Kong era só a ponta do iceberg. Lá encontrei artigos de papelaria (AMO!), móveis do tipo faça-você-mesmo (você pode escolher as gavetas, os puxadores, as rodinhas, os espelhos, as caixinhas, as divisórias levar pra casa e montar do seu jeito), artigos para cozinha, lençóis, toalhas, roupas, sapatos, comidinhas (balas, docinhos, snacks), além dos milhares de porta-trecos, potinhos e necessaires que eu já tinha visto pra viajar e deixar tudo organizado.

A segunda descoberta eu fiz em casa, pela internet: a marca é japonesa, existe há 30 anos e foi criada com o intuito de ser o caminho do meio numa época e lugar onde reinavam marcas internacionais famosas e caras versus produtos baratinhos, mas de qualidade inferior. Acho que esse é o meu ideal de consumo: coisas boas e com um preço que acho justo, sem ter que pagar a marca por “ser de marca”! Meio complicado achar isso hoje, afinal quando a coisa é boa, fica famosa e a marca acaba fazendo parte dela e ajudando a vender. Até a própria MUJI, apesar de não ter etiqueta nos produtos, tem sacola com a identidade própria e letreiro chamativo (ainda bem, senão como eu iria saber que abriu uma aqui onde eu moro? o letreiro que me chamou e eu fui!).

Foto daqui

Esse “desapego” pela marca também está relacionado com o conceito da loja: todos os produtos têm que ser funcionais, e ao mesmo tempo em que possuírem um design limpo, de não-desperdício. Por isso que gostei tanto da cara da loja… A organização do espaço mostra o que ela vende, né?

Das coisas que me chamaram a atenção: corpo da caneta vendido separado da carga; carga de todo tipo e de toda cor (mais ecológico, inclusive para o bolso); uma espécie de régua em formato de envelope pra fazer os seus próprios (comprei e já fiz um usando uma sacolinha de papel) e uma tesoura com várias lâminas pra cortar várias tirinhas de uma vez só (além das tirinhas ficarem do mesmo tamanho).
Pra quem vai viajar pro exterior, tem MUJI nos Estados Unidos e em vários países da Europa e da Ásia, é uma boa dica pra comprinhas e presentinhos diferentes!