Do outro lado: Um pouco da Vogue, um monte de Chanel

Comprei a Vogue chinesa de fevereiro porque tinha capa com Gisele Bündchen (linda!) mas o que eu mais gostei foi a revista extra que veio junto, sobre Coco Chanel. O encarte trouxe Liu Wen na capa (a top mais poderosa da China) e um editorial de nove páginas lindo, com peças Chanel de 1988 até 2010. É incrível como todos os looks são atemporais e com a cara da marca!

Me chamaram a atenção os dois vestidos com bordados inspirados no trigo, de coleções bem distintas: o verde claro é primavera-verão/88, o preto longo é outono-inverno/96. Não sabia que o trigo era um amuleto da sorte para Coco Chanel e que em todos os cômodos da sua casa havia pelo menos um! A espiga de trigo mais famosa era provavelmente a do quadro pintado especialmente para ela por seu amigo Salvador Dalí.

Fiquei curiosa para saber mais sobre onde viveu Coco Chanel. Sabia que ela morou numa suíte no Ritz de Paris, que atualmente recebe hóspedes por menos de 10 mil euros por noite (pechincha!)?
O que eu não sabia era que seu estúdio de quatro andares na rue Cambon também pode ser visitado. Quer dizer, mais ou menos, porque não é um lugar turístico aberto: no andar térreo fica o showroom icônico da marca e nos outros andares são mantidos até hoje muitos móveis e objetos da estilista. Mas, apesar de não ser aberto a visitação pública, uma guia especializada chamada Jill Jergel, da Frontiers Elegant Journeys consegue uma visita de um dia, por 2 mil euros/pessoa. Carinho, não? Também achei, porém é uma chance única de conhecer de perto várias preciosidades, como a escada com espelhos que Mlle. Chanel projetou para ver tudo o que acontecia do último andar… Genial!

Porém ninguém precisa de milhares de euros para apreciar tanta genialidade! Um passeio pelo Google Maps, por exemplo, revela que o vidro do perfume Chanel No. 5 tem o formato da Place Vendôme, onde fica o Ritz (e do lado do apartamento-estúdio na Rue Cambon). Para quem está de passagem por Xangai, há ainda a opção de visitar a exposição Culture Chanel, no Museu de Arte Contemporânea até 14 de Março de 2011 (a desculpa da Vogue para fazer um editorial tão lindo). O quadro de Dalí com a espiga de trigo vai estar lá!