A Fusca: uma mulher nas obras de casa

Sabe aquela clássica frase de que “lugar de mulher é onde ela quiser”? Foi exatamente ela que vem à cabeça quando pensamos na nossa entrevistada empreendedora da semana. 

Quando o assunto é profissões relacionadas às mulheres, com certeza, serviços de pintura, montagem de móveis, instalações elétricas e reparos hidráulicos, não são exatamente lembrados logo de cara. E é justamente por isso que a Isabela Tavares, mais conhecida como a Fusca, chamou tanto a nossa atenção.

Por ter perdido o seu antigo emprego devido à pandemia, a mineira de 22 anos fez do macacão o seu uniforme e da maleta de ferramentas seu instrumento de trabalho e tem conquistado um número cada vez maior de clientes em Belo Horizonte, graças aos serviços que faz nas residências da cidade. 

Então, se você mora em BH, fique de olho nessa conversa e, se você não mora, inspire-se com essa empreendedora que se reinventou nesses tempos tão difíceis e tem se apropriado de espaços que ainda são mais reservados para os homens.

Como você aprendeu todas essas atividades e, em que momento, você decidiu fazer desse talento o seu negócio?

Eu sempre gostei de trabalhos manuais e, desde muita nova, acompanhei o meu pai nas obras; ele é eletricista e gesseiro, então sempre achei um máximo construir coisas. A maioria das atividades que eu exerço aprendi com o meu pai e com uma amiga que é como uma mãe para mim, a Dalila. O apoio dela foi fundamental para o começo de tudo.

A ideia de abrir o Fusca na Obra surgiu com a pandemia, eu trabalhava em um shopping e perdi o meu emprego fixo pelo corte de pessoal. O nome surgiu por conta do meu apelido, Fusca, que me acompanha desde a escola, devido aos meus olhos grandes. 

Você está em uma profissão que é muito associada ao masculino. Tem enfrentado preconceito por conta disso? Já passou por alguma situação desagradável?

O preconceito é algo inerente à profissão que exerço, no meu caso, por ser mulher e ser nova. Sofro com o mau atendimento em lojas de ferramentas, onde os vendedores pressupõem que eu não sei o que estou fazendo e o que preciso. Quando comprei minha primeira caixa de ferramentas, me falaram que era para guardar maquiagem. 

Já tive casos de clientes que não acreditavam que eu sou capaz de fazer aquilo que eu me proponho é algo que me deixa chateada, além de ser uma reclamação comum entre outras mulheres incríveis que também exercem essa profissão.

Uma coisa que chamou nossa atenção foi o seu Instagram, que é muito bem trabalhado. Como você criou essa identidade?

A identidade visual foi um presente de um amigo, que foi muito incrível nesse processo e traduziu de uma forma tão bonita o que eu queria. A logo da empresa conta com um farol de um fusca, remetendo ao meu apelido.

A estética se mostrou ainda mais importante nos tempos de pandemia. Nós somos muito visuais e gostamos de ver fotos dos serviços e produtos que compramos e essa é uma preocupação que eu tenho.

Quais seus próximos planos para a Fusca na Obra?

Tenho muitos sonhos, mas o principal para os próximos anos é ter uma profissional de cada área fixa comigo, para que eu consiga atender cada vez mais clientes. 

Se você que mora em BH quer contratar os serviços da Fusca, siga o perfil @fuscanaobra e entre em contato com ela para orçamentos.