Na TV: Private Practice

* contém spoilers!

Já percebi que muitas leitoras do Chata são fãs de Grey´s Anatomy. Quem acompanha a série, já deve ter odiado a Dra. Addison Montgomery (ex-esposa de Derek), que “rouba” o doutor McDreamy de Meredith Grey, além de ter traído o bonitão com o melhor amigo. Quem não odiaria essa mulher?? Mas, depois de alguns episódios, não tem como não se apaixonar por ela. Addie (como é carinhosamente chamada) é cheia de defeitos e contradições, mas por ser dona de um senso de humor inigualável e um charme que atravessa a telinha, conquistou fãs e ganhou seu próprio seriado. É isso que um escritor é capaz de fazer conosco. Levar-nos do amor ao ódio, da paixão ao desprezo por uma personagem.
Toda essa introdução é necessária para que eu fale sobre Private Practice. A personagem de Kate Walsh cresceu tanto em GA que Shonda Rhimes precisava criar uma série só pra ela. Em 2007, Dra. Addison sai de Seattle e decide morar na Califórnia, após perceber que seu ex-marido já não é mais apaixonado por ela. Addie vai buscar uma nova vida, novos amores e os amigos do passado.

Lá, ela aceita o convite da melhor amiga Naomi (Audra McDonald) para trabalhar numa luxuosa clínica e, de “quebra”, tenta se encontrar. Kate Walsh consegue dar o tom perfeito entre o drama e a comédia para a personagem. Addison faz milhares de burradas, sempre se envolve com o homem errado, mas é considerada a melhor médica na sua área, além de ser extremamente leal aos amigos. Dra. Addie não é perfeita, está longe disso, mas é verdadeira, e essa verdade é o que a torna especial. Quem tem coragem de assumir os erros e tentar consertá-los??
Por ser uma série derivada de outra, é natural que tudo gire em torno da personagem principal porque já a conhecemos, estamos acostumados com ela. A visão do espectador é a visão da Dra Addison. As personagens de Private Practice são bem clichês, porém bem desenvolvidos: A melhor amiga (Naomi), o marido da melhor amiga (Sam), o homem ideal (Pete), a psicóloga cheia de traumas (Violet), o conquistador engraçado (Cooper) e o bom moço (Dell). A história deles é contada em paralelo à vida dos pacientes da clínica e em cada episódio tem um “caso principal”. Com muito romance, conflitos, separações, os sete personagens principais nos provam que são, além de excelentes médicos, amigos. Private começou devagar, mas foi crescendo e hoje, arrisco dizer que é melhor que GA. Os personagens iniciaram namoros, tiveram filhos, estão em busca de amadurecimento profissional e todas essas pequenas historinhas têm rendido ótimos episódios.

Por mais que os ambientes sejam completamente diferentes, é impossível não comparar Private e Grey´s, por terem a mesma criadora. O mais legal é que em cada temporada as histórias se cruzam (vale dizer que esses episódios especiais são os melhores). E muita história ainda deve render porque o último episódio da terceira temporada terminou com fortes emoções com a chegada do neto de Sam e Naomi, a morte de Dell e o possível romance entre Addie e Sam.
Já na contagem regressiva, Private Practive (re)estréia a quarta temporada no dia 23/09 nos Estados Unidos. No Brasil, apenas em outubro. A série vai ao ar toda segunda às 22h na Sony, coincidência ou não, logo depois de Grey’s Anatomy.