Primeiramente eu devo dizer que se você não é fã de vôos muito longos, pode ser que um dos grandes empecilhos pra conhecer a Austrália seja esse. São 24h de vôo, algumas opções de escalas como Brasil – Chile – Nova Zelândia – Austrália, ou via Buenos Aires, ou África do Sul, ou ainda Dubai. Vencido o primeiro obstáculo, é torcer pra não perder as malas no longo percurso (as malas se perderam no Chile na ida e eu tive que me virar nos primeiros dias)!

Informações gerais: a internet é cara e muito ruim por essas bandas. A maioria dos cafés conta com wireless, mas quase sempre ela é paga à parte, não importando se você consumiu ou não alguma coisa. Os supermercados não são todos localizados à vista, já tive amigas que juraram não encontrar supermercado em Sydney… Geralmente eles são subterrâneos ou dentro de alguma galeria! Fique ligada se o caso for estudar, a Austrália tem tido vários escândalos devido a escolas que aplicam golpes em estudantes, e nem as escolas famosas ficam fora dessa…

Dicas de beleza: o tempo é muito seco, venta muito e o cabelo e a pele sofrem. De pele mista, a minha ficou super seca e eu não conseguia passar pó porque ressecava mais ainda… Abuse do hidratante e protetor solar. A Austrália tem um dos maiores índices de câncer de pele do mundo, então não custa reforçar o cuidado! Aliás, eles vendem protetor solar em potes enormes e bem mais baratos que no Brasil, se joguem!

Sydney

É a principal cidade da Austrália, e é um misto de parques, trânsito, muitos prédios e praias. Vale a visita:

Circular Quay – é de onde partem as balsas, também é o terminal de vários ônibus e é possível pegar o metrô, dependendo do horário fica apinhado de turistas, vários artistas fazem performances lá.
Taronga Zoo – O acesso é feito pegando uma balsa do Circular Quay. Além de poder ver os animais típicos australianos (canguru, coala e ornitorrinco), uma das atrações do momento é o baby elefante, o Harry. Você poderá tirar fotos com os wallabies e cangurus (são primos), mas se quiser tirar fotos com os coalas é preciso desembolsar em torno de 20 dólares australianos AUD.
Aquário de Sydney – tido como o maior do Hemisfério Sul, é uma grande atração principalmente para as crianças. Um dos pontos altos são os túneis de vidro que dão a sensação de estarmos debaixo d’água.
Jardim Botânico – um dos meus lugares favoritos em toda Austrália, costumava caminhar sempre que podia por lá. É bom ficar de olho em algumas exposições que ocorrem com bastante freqüência. Tem uma das vistas mais lindas de Sydney.
Opera House – O cartão postal da Austrália… Um dos meus passatempos de domingo era ficar sentada nas escadas do Opera vendo os turistas (e segurando o cabelo por causa da ventania). Eu vi dois espetáculos: um grupo de dança aborígene, o Bangarra; e a Sinfônica de Sydney. Há salas que são simples, mas onde toca a orquestra é de tirar o fôlego.

Praias

Manly Beach – o acesso é feito de balsa, que é tida como uma das vistas mais bonitas de Sydney. Só não recomendo para meninas de cabelo comprido ficar do lado de fora da balsa, o vento é absurdamente forte e estraga qualquer penteado! Manly no inverno é um lugar meio parado, quase uma cidade pequena. Dá pra comer e fazer compras no Corso, que é uma espécie de calçadão, onde você encontra marcas famosas como Billabong e Rip Curl. Lojas fofas com preços mais amigos: Sportsgirl e Ally. O melhor hambúrguer (que já comi na vida sem exageros!): Watervue. Restaurante brasileiro: Brazuca, o restaurante é bastante freqüentado por alunos (brasileiros) e é por quilo, o que não é comum na Austrália. A comida é muito boa e dá pra tomar um guaraná e comer um brigadeiro!

Bondi Beach – Existe uma grande rivalidade entre os moradores de Bondi e Manly pelo título de praia mais bonita da Austrália, e na minha modesta opinião, mesmo tendo morado em Manly, Bondi ganha. O mar é de um azul absurdo e no verão rola uma grande agitação (no inverno a agitação é só por parte dos surfistas, pois a água é muito gelada). A concentração de brasileiros é grande, você vai ouvir muito português, vai ver muita bandeira brasileira e vai encontrar cafés e restaurantes pra te lembrarem da sua terrinha. Recomendo a trilha pra praia vizinha, Bronte Beach, a vista é linda! Dá pra almoçar e, se o tempo estiver bom, nadar no clube Bondi Icebergs, que é lindo (se não for sócio paga-se uma taxa em torno de AUD$5).
Palm Beach – fora do circuito das praias famosas internacionalmente está essa praia que é um verdadeiro pedacinho do paraíso: a beleza natural é de tirar o fôlego. Ela não é muito próxima da cidade, mas a visita vale muito a pena. Quem quiser arriscar um mergulho pode usar o banheiro/vestiário que eles oferecem, e é bem limpo e amplo. Curiosidade: uma das novelinhas mais populares da Austrália, Home and Away, grava suas cenas externas nessa praia.
Dee Why – a praia também não é famosa internacionalmente, mas é tão bonita quanto Palm Beach e rende tardes muito agradáveis. Na reserva as pessoas costumam fazer picnics e caminhar até a Lagoa. Restaurante brasileiro: Coco Mar, o atendimento é super simpático e comidinhas como coxinha, casquinha de siri são boas pedidas, apesar de que eu super recomendo o pudim de leite (que é quase igual ao da minha mãe).

Compras

David Jones – é o paraíso das maquiagens! Vende Shu Uemura, Chanel, Bobbi Brown, MAC, Dior, Lâncome, Benefit, YSL, entre outras marcas. O preço não é muito amigo… Exemplo uma base Dior Skin Forever sai em torno de 70 dólares australianos (em comparação 45 dólares americanos na Sephora, a cotação do AUD gira em torno de 1.66 atualmente) e um batom da Chanel AUD 50.
Myer – loja concorrente da David Jones. Também oferece essa infinidade de makes, mas eu particularmente ainda prefiro a DJ. Assim como a DJ, vende roupas, além de vender eletrônicos e brinquedos.
Queen Victoria Building, ou QVB para os íntimos – não importa se você não quer gastar um centavo, mas é uma parada obrigatória! É um shopping que mais parece um palácio e seus detalhes são de cair o queixo. De hora em hora todo mundo pára para olhar o relógio, localizado no último andar do prédio, é quase um showzinho: os bonequinhos mexem, mudam de lugar. Algumas lojas: Lush, Guess, The Body Shop e Adidas.

The Rocks Market – meu programa favorito de domingo! (Rola aos sábados também) O ponto alto da feirinha são os artesanatos e souvenires australianos, afinal um dos grandes desafios é achar lembrancinhas que não sejam made in China. As pérolas são abundantes e com precinhos ótimos! A grande maioria das barracas não aceita cartão, então recomendo passar num caixa eletrônico antes.
Paddy’s Market – no meio de China Town você encontra esse mercado enorme. É uma coisa meio 25 de março, sabe? Muita tranqueirinha, roupas, uns makes… Super recomendável se você quiser comprar lembrancinha pra todo mundo. Sinceramente, os preços dos souvenires em Sydney são indecentes, eu não levaria lembrancinhas de lá, pra compras eu acho Melbourne bem melhor (exemplo: achei um canguru de pelúcia por AUD$12,00 em Sydney e vi o mesmo no esquema 3 por 12 em Melbourne!).
Priceline – é um tipo de perfumaria com preços mais amigos. Aqui eu comprava Nivea, Bourjois, Maybelline, Revlon, etc. É toda rosa e vende remédios e perfumes também.

Melbourne

É tida como uma cidade européia e por ser mais ao sul as pessoas se jogam nos casacões! Minha opinião é que é uma cidade mais descolada, as pessoas têm mais estilo, se vestem de forma mais fashion. Em Sydney as pessoas são basiconas e as meninas se vestem de forma beeeem parecida, achei sem graça, não vi ninguém usando mais do que uma máscara e um lápis no olho.
Em Melb as pessoas se locomovem de bonde, que além de ser um charme é super prático e cobre praticamente a cidade toda! Mas eu preferi explorar a cidade a pé, em quase toda esquina tem um jardim ou um parque, é bem agradável. É bom tomar cuidado ao atravessar a rua, pois os carros fazem uma coisa muito curiosa que é o “hook turn”, algo como ficar à direita para entrar à esquerda.

Vista panorâmica – Sky Deck é uma torre que oferece uma vista da cidade toda. Para os corajosos ainda tem o The Edge, que é um cubículo de vidro que se projeta 3 metros da torre.
Pra comer – Lygon Street, uma rua que tem uma concentração enorme de restaurantes, a grande maioria italiano. Tudo bem que não dá pra fugir dos xing lings que estão por toda parte. Destaque para o Il gusto.
Pra beliscar – os bares da Federation Square são uma boa pedida. Ali também rola exposições (eu vi uma do Tim Burton) e as pessoas usam como ponto de encontro.
Pra tomar um cafezinho: I Brunetti, que além do cafezinho bom oferece uns docinhos deliciosos. Observação pessoal: no geral o café na Austrália é horrível.
Compras – Queen Victoria Market. O melhor mercado de longe. Vende de tudo, de carne a flores. Os souvenires são muito mais baratos do que em qualquer lugar da Austrália e procurando é possível achar itens autênticos australianos. Cuidado com os produtos vendidos como couro, a grande maioria não é, e se você perguntar o vendedor vai falar que é.
Bourke Street – nessa rua encontramos várias lojas entre elas David Jones e Meyer, é meio confusa e os bondes a cruzam, é preciso tomar cuidado pra não ser atropelado!

Ayers Rock

Uma das viagens únicas da Austrália. Não é muito comum, boa parte dos australianos não conhece Uluru devido aos custos… Eu escolhi uma das opções de Safari oferecidas, que partia de Alice Springs. Alice Springs é uma cidade minúscula que chega a dar desespero. Andando pelas ruas você perceberá a grande concentração de aborígenes, que foram largamente desrespeitados durantes anos pelos brancos. Recomendações: não tirar fotos e não olhar nos olhos deles (é algo relacionado com a alma da pessoa). Quem tiver interesse no assunto o livro Riding the Black cockatoo explica bem a questão aborígene. Caso tenha alguma emergência de compras o único lugar para se correr é o Todd Mall.

O Safari consistia em 3 dias de acampamento em pleno deserto. Alguns luxos como vestiário, água quente e uma cozinha aceitável foram oferecidos. Os passeios ocorriam de manhã, depois eram seguidos de um almoço (feito pelo guia e pelos viajantes que se voluntariassem) e pé na estrada até o próximo acampamento.
A primeira parada foi para ver o Uluru, um grande monólito, que é um cartão postal. Há possibilidades de caminhadas em torno dele e dependendo do tempo é possível fazer uma escalada. Vale lembrar que ainda estamos em solo aborígene e eles são contra as escaladas por consideraram Uluru sagrado.

A segunda parada foi o Kata Tjuta, e confesso que foi meio traumático devido à chuva. Meu grupo subiu o monte embaixo de muita água e entre atravessar “rios” e cair nas pedras não deu pra aproveitar muito o passeio. Mas é claro que chuvas no deserto são situações muito atípicas, e esse ano devido ao fenômeno La Niña o clima anda meio virado. No geral não é uma caminhada fácil e há um ponto em que não se é mais possível prosseguir e os grupos voltam pelo mesmo caminho que vieram.
O terceiro passeio foi o meu preferido de longe: Kings Canyon. Logo de cara dá vontade de desistir: é uma escadaria imensa de pedras que parece não ter fim! O guia pede pra você subir até encontrar uma caixa azul (é um rádio de emergência), e você sobe, sobe, sobe e nada da bendita caixa. A vista é maravilhosa, só não vale se empolgar demais e se arriscar nos despenhadeiros, as pedras não são muito firmes nas bordas e um acidente ali seria fatal. O Jardim do Éden no meio do Canyon estava muito verde devido às chuvas nada comuns na região e até uma cachoeira se formou.

Cairns

É uma cidadezinha das mais agradáveis, situada no estado de Queensland, que curiosamente não tem praias. As pessoas costumam se banhar no The Cairns Esplanade Swimming Lagoon, que é uma praia artificial que conta com churrasqueiras de uso público (comum em toda Austrália). Porém o grande atrativo da cidade é o Great Barrier Reef – o maior recife de corais do mundo.

No geral 3 tipos de atividades se fazem por lá: mato, aventura e mergulho. A parte do mato não vai impressionar boa parte dos brasileiros, pois não há nada de absurdamente novo em cachoeiras, lagos, mangues, plantações de cana e árvores. Topei com uma agente de turismo brasileira que me disse que jamais recomendaria esse tipo de passeio aos conterrâneos. Eu não tive muito tempo para aventuras e só consegui me jogar no rafting, que foi uma das atividades mais agradáveis que eu fiz em todo meu percurso australiano. Há opções de fazer rios pequenos, mas quem gosta de uma aventura o Tully River é o mais indicado.
O Great Barrier Reef é realmente tudo que falam! No geral as companhias de barcos oferecem comida e equipamentos básicos, o restante é tudo pago à parte. O sol é muito forte e pra quem for passar o dia no Reef é uma boa opção alugar a roupa de mergulho para evitar queimaduras indesejáveis (uma das meninas do meu quarto ficou com as costas tão vermelha que dava dó). Também é uma boa pedida alugar uma câmera para tirar fotos debaixo d’água (eu torno de AUD$50).