Vem cá, quando é que o nosso amor parou de virar a noite?
Que saudade de quando era incrível. Que saudade de começar a entender cada parte de você. De fingir que eu não tinha assistido aquele filme só para assistir de novo. Quando chega sexta-feira, dá saudade daquele distante “nós dois”.
De quando a gente se conheceu. Eu não sabia qual era seu lado preferido da cama. Você não entendia porque eu ficava chata quando acordava cedo. E a gente brigava por isso e por outras coisas idiotas. Eu tinha medo de encostar no seu celular e de dobrar as suas blusas. A intimidade te tornou quase um braço meu. Deve ser por isso que dói tanto largar agora.
Sinto falta de trocar mensagens a toa. “Compra leite, por favor” deve ter sido a última que te enviei. Lembro quando tirava foto até de uma propaganda atrás do ônibus que me lembrava você. Te ligava depois de três cervejas com as minhas amigas para te contar que estava tudo ótimo. Quando o nosso amor ficou sóbrio?
Saudade de não saber seu número de cor. Nem as estampas das suas camisetas. De sentir um frio na barriga quando passava na sua rua. Nunca lembrar o número certo do seu apartamento. Perder aos poucos a vergonha da sua mãe. Lembra o dia que apareci de camisola no corredor e ela me chamou para tomar café? Fiquei vermelha e quase saí correndo. Era o nosso começo e uma eterna descoberta. Para onde a gente foi?
Nunca era tarde demais para gostar. Nunca era cedo demais para te encontrar. Quando eu não tentava mudar o seu corte de cabelo. E você não se importava se eu pintasse de loiro ou azul. Quando a gente não precisava escolher o restaurante. E nem sentia fome.
Quando ficar até às quatro da manhã conversando era fácil. Quando assistir nascer do sol era rotina. Nós não somos mais os mesmos. E isso não é ruim. É apenas necessário. Finalmente vamos dar um passo á frente e não dois para o lado. O fim do amor também pode ser lindo. É só a gente olhar pra trás e lembrar de tudo que aconteceu. Que sorte passar um tempinho da vida fazendo coisas tão legais com você.
Discordo do texto. O amor muda, amadurece, o que acaba é a paixão. Se o casal não tiver maturidade pra entender isso, não tem relacionamento que dure, pq o frio da barriga só existe enquanto há novidade. E novidade é incompatível com longevidade de relação.
Que lindoooo!!!!!!
Parece que esse texto foi escrito com base na minha vida!! Me deu até um nó na garganta!! Muito lindo!!
Adoro seus textos, Marcella!
Quem desenha estes posters dos textos?
Bjo
que lindooo
Um texto bonito,mas pesado.Preferiria ler por aqui algo mais leve , condizente com o perfil do blog.
Que texto mais lindo!