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Lifestyle

Solidão e pandemia: como lidar?

09.07.2020
Redação Chata de Galocha


A pandemia trouxe à tona um sentimento que muita gente deve ignorar na rotina normal: o de solidão. Neste momento, estamos mais em casa, longe dos amigos, da família e algumas pessoas estão completamente sozinhas. Com quatro meses de isolamento social, a solidão se faz cada vez mais presente e é preciso aprender a lidar com ela para ficar emocionalmente bem, na medida do possível.

Para entender melhor como lidar com esse sentimento, especialmente agora, conversamos com o psicólogo Ivo Carraro e as respostas dele podem te ajudar bastante!


CDG: Muitas pessoas estão passando esse período de isolamento social completamente sozinhas. Como essa solidão pode afetá-las psicologicamente?

Ivo Carraro: A pandemia é um fenômeno universal. Todos são alvos das suas consequências, mas nem todos sofrem em vista dela. Isto porque cada um tem a sua história de vida pelas experiências vividas e, também, personalidade, o seu jeito próprio de ser na vida. Assim, as pessoas com características introspectivas, que têm dificuldades de comunicação social, vivem bem nestes tempos de pandemia. O ficar só lhes agrada. A questão primordial é com a grande maioria dos humanos que sofrem com o afastamento social. O Coronavírus é uma ameaça invisível. Desperta ansiedade, medo, estresse e depressão que afetam a saúde mental.

CDG: Como é possível lidar com isso?

Ivo Carraro: “Qual é o sentido da vida?” Esta é uma pergunta universal cuja resposta poderá ser: a vida por si só não tem sentido, ela pede um sentido. Daí a necessidade de se criar um sentido para a sua vida, uma forma de ver o mundo mesmo diante de uma realidade que amedronta como a estabelecida pelo novo Coronavírus. É preciso compreender também que o cérebro somente responde as informações da realidade que chegam até o emocional pelas vias sensoriais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Então, pensar em medo, ansiedade, insegurança, etc… nesta época de afastamento social, o cérebro replica com a produção de adrenalina e cortisol, substâncias que criam o estresse que vai, por sua vez, comprometer o estado de saúde física e mental.

CDG: Caso a pessoa desenvolva algum transtorno psicológico por causa dessa solidão, como ansiedade ou depressão, o que ela pode fazer para controlar esses problemas clinicamente e também no dia a dia?

Ivo Carraro: Existem muitas maneiras de controlar esta realidade interna. Duas delas são primordiais. A primeira está relacionada em deixar de utilizar o circuito cerebral que aciona a ansiedade, o medo e o estresse e passar a usar o circuito da empatia, da solidariedade, da compaixão. Com tal mudança, o cérebro responde com a produção de dopamina que atua como recompensa prazerosa nessa ação e, a segunda, criar uma rotina que no final de cada dia se escreva três acontecimentos agradáveis que aconteceram naquela data e por quê eles aconteceram. Isso fará com que as coisas boas sejam gravadas nas memórias de longo prazo do cérebro e, assim, a tristeza causada pela pandemia não dê lugar à depressão. Em último caso, procurar ajuda profissional se não der conta da difícil realidade estipulada pela pandemia.


A gente sabe que este é um momento complicado, mas estamos fazendo nossa parte para que ele passe logo. Se cuide, cuide do seu emocional e, se puder, fique em casa.

Gostou da entrevista? Como você vem lidando com a solidão durante a pandemia? Conte pra gente aqui nos comentários!

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