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Lifestyle

Entrevista do mês: Monica Benini

26.02.2021
Redação Chata de Galocha

Sabe aquela pessoa que você segue nas redes sociais e transmite uma imagem de serenidade e plenitude? É assim que vemos a Monica Benini. Mas ela vai além.

Acompanhando seus conteúdos nas redes sociais, é possível perceber como sua vida é baseada no compromisso com o planeta. Seja nas suas fotos em meio à natureza, nas dicas de consumo sustentável ou nas suas receitas vegetarianas, a designer de joias sempre compartilha um estilo de vida pautado na sustentabilidade. E é nessa filosofia que ela, juntamente com o seu marido, o músico Júnior Lima, tem criado o seu filho Otto.

Monica foi a nossa escolhida para estrear uma série de entrevistas que iremos trazer, todos os meses, com pessoas que admiramos e que você, provavelmente, conhece. Podemos adiantar que a conversa está inspiradora. 

Quem te acompanha percebe que há alguns anos você tem priorizado um estilo de vida mais sustentável. Em que momento houve essa mudança?

Ela aconteceu de forma gradativa… Mas o grande despertar, com certeza, foi o vegetarianismo. O restante foi consequência e, na verdade, continua sendo um processo diário… Quando incorporo um novo hábito mais consciente na minha rotina e na rotina da minha casa, passo para outro. Um passo de cada vez. 

2020 foi um ano que, entre outras tantas coisas, também testou a nossa saúde mental. Como você tem lidado com essa questão durante a pandemia? 

Nossa… e como! Com terapia e com a clareza da necessidade de auto acolhimento. Costumamos nos cobrar demais e passamos por um ano em que, literalmente, sobrevivemos. A necessidade de acolher nossas dores e fraquezas ficou bem clara. 

Você compartilha muito das suas visões em relação à maternidade em suas redes sociais, um tema que costuma vir acompanhado de muitos julgamentos. O que você faz para não se deixar abater com críticas? 

Eu compartilho fragmentos do que funciona pra mim e pra minha família. E não tenho a menor pretensão de agradar todo mundo que me cerca. Mostro situações do meu maternar que eu tenho consciência de que são presentes na vida de outras mães. A crítica é a opinião do outro, baseada num recorte muito pequeno da minha vida, então ela não me afeta, sobretudo quando se trata de maternidade. 

Eu acredito muito na conexão gerada no núcleo familiar e acredito que a partir dela as decisões são mais ‘simples” de serem tomadas, sabe? Mais reais, mais verdadeiras. E me apoio em profissionais que confio muito, pra buscar informação e validar o que pode deixar dúvida. 

O vegetarianismo é outra pauta bastante presente nas suas redes. Você tem sentido as pessoas mais interessadas e abertas em relação a este tema? 

Tenho sim. Sou vegetariana há bastante tempo e percebi um aumento considerável de vegetarianos ou simpatizantes nos últimos anos. É aquela coisa, né? A informação tá aí, acessível à muitos. Não ser aberto a saber mais sobre vegetarianismo é fechar os olhos pro que vêm acontecendo ao nosso redor.

Você tem procurado postar cada vez mais sem filtros no Instagram. Como tem sido esse movimento interno de se libertar desses recursos e se mostrar ao natural?

De um lado, muito intenso, do outro, muito libertador. Num primeiro momento essa atitude de aparecer sem filtro pode parecer pouco, pode parecer rasa. Mas só nós próprias entendemos o tamanho da desconstrução interna que precisa acontecer para que isso seja possível. E aqui ela foi enorme.
Vivemos em uma sociedade que lucra milhões com o mito da beleza e é muito fácil nos vermos reféns dessa ditadura sufocante. Foi muito interessante que, à medida que tomei coragem de aparecer nos meus stories sem filtro, também desenvolvi um olhar muito mais generoso comigo mesma. Têm sido uma alegria diária olhar no espelho e aceitar as minhas imperfeições, de dentro pra fora. Recomendo, viu? 

No ano passado, você compartilhou sobre a decisão de retirar seu implante de silicone. Conta um pouco para a gente como foi tomar essa decisão? 

Eu tinha essa vontade adormecida dentro de mim desde quando implantei o silicone, rs! A verdade é que a decisão de colocar prótese foi muito mais pautada por questões externas do que internas. Eu era satisfeita com meu peito, com minhas formas… Trabalhava como modelo na época e fui refém de um mercado muito ditador. A prótese, segundo eles, deixaria minhas medidas “perfeitas”. Depois de bastaaaante “recomendação”, fui lá e fiz. 

Hoje eu admito pra mim mesma que me arrependi desde o início. Vivi anos com vergonha de usar decote, insatisfeita com o que via refletido no espelho. E é muito forte você ser insatisfeita com algo que você implantou no seu corpo, sabe? era diária a sensação de olhar no espelho e desaprovar o que via. Isso me fez mal durante muito tempo. Até que tomei coragem e resolvi tirar. Foi das melhores escolhas que já fiz na minha vida. Deixei pra trás aquela insatisfação e vários sintomas que eu nem imaginava que sentia por conta da prótese.

Quando se trata de moda, o que você tem priorizado na hora de escolher as marcas que consome?

Atemporalidade, qualidade e conforto. Sem deixar de lado uma pesquisa sobre a cadeia produtiva da marca. 

Sonhando com um mundo pós pandemia, para que lugar você gostaria de viajar assim que sair a vacina? E que lição você deseja que esse período deixe para as pessoas? 

Primeiro, pra minha cidade natal. Depois? a lista é imensaaaa, hahahah! Eu sou movida a viagens, tô sentindo muita, muita falta. 

Eu desejaria que nos entendêssemos, de uma vez por todas, como parte da natureza. Que parássemos de nos dissociar dela. Somos uma coisa só e é necessário entendermos isso para passarmos a cuidar efetivamente do planeta em que vivemos.

Para conhecer mais do estilo de vida e do trabalho da Monica, siga no perfil @monicabenini.

4 Comentários  |  Deixar Comentários

Comentários:
  1. Janaina    02/03/2021 - 13h27

    Sigo a Mônica ha anos e que conteúdo maravilhoso e leve ela tem. Adorei a entrevista.

  2. Helora    02/03/2021 - 13h34

    Comecei a seguir a Mônica pelo Junior. Mas me apaixonei muito sobre as vivências e formas de olhar para questões que também são minhas. Buscar o natural, menos é mais. Entender e descobrir o que sinto e porque cheguei nisso.
    A desconstrução também doi. Igual a Cebola, somos camadas.

    Gratidão Lu e Mônica pela partilha. Admiro vcs.

  3. Jessica    02/03/2021 - 19h58

    Amei! Acompanho a Mônica e ela é realmente inspiradora, em vários e vários aspectos…

  4. Ludmila Francisco    04/03/2021 - 22h10

    Caraca! A Monica é inspiradora demais. E uma sugestão: seria incrível um podcast com vcs duas ♥️

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