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Moda

Fernanda e Tatiana: Os talentos por trás da Adô Atelier

19.02.2021
Redação Chata de Galocha

Nesta semana, vamos estrear uma nova editoria aqui no CDG, onde sempre iremos apresentar para vocês o trabalho de mulheres empreendedoras que admiramos. A ideia é trazer nomes de diferentes áreas e conhecer um pouco sobre o processo criativo e a história por trás dos seus trabalhos. Estamos animadas e esperamos que vocês curtam!

E não poderíamos inaugurar essa sessão com outras pessoas se não as talentosas designers da nossa amada Adô Atelier. Afinal, como vocês já devem saber, ontem foi o esperado lançamento da collab “Adô por CDG” – que sim, está linda demais! 

A dupla formada por Tatiana Azzi e Fernanda Dubal foi quem criou e está à frente da marca de bolsas. Elas, que se formaram juntas no curso de Design de Produto da UEMG, criaram a Adô em 2007 e contam nesta entrevista um pouco de suas trajetórias, desde o comecinho da marca até o lançamento mais recente, que é a parceria com a Lu:

Como nasceu a parceria de vocês?

Fe: Eu era designer em uma indústria de luminárias, e Tati já trabalhava no varejo de moda, e desde que se formou tinha vontade de criar uma marca de bolsas. Em 2007, cansamos dos nossos empregos e decidimos arriscar e começar a criar e vender bolsas para nossos amigos. Com pouco tempo a demanda pelos produtos foi aumentando,  mas cresceu mesmo quando passamos a enviar peças para blogs de moda da época. Começando pela própria Lu, que super nos divulgou por aqui no Chata de Galocha, Camila Coutinho, Cris Guerra e Susie Bubble foram algumas influenciadoras que fizeram parte do nosso começo.

Tati: E, nessa época, a Adô funcionava no escritório de arquitetura da irmã da Fe, uma salinha de 10m2, e os produtos eram na sua maioria feitos de materiais usados em estofamento, tecidos de decoração, tapete, enfim, a gente experimentava de tudo  (e fazemos isso até hoje)! Me lembro de irmos no centro de BH, de loja em loja, garimpando nos estoques estampas e texturas que tinham a nossa cara. Nunca fomos apegadas em tendências e nas nossas cabeças formadas em desenho industrial, os produtos deveriam ser feitos para serem duráveis. Valores como durabilidade, qualidade e experimentação começaram ali no fundo dos armarinhos e lojas de tecido e hoje fazem parte da  cultura da Adô.

Quais os maiores desafios vocês encararam nessa jornada de empreender?

Tati: Nossa, tem uma lista. Eu e a Fe brincamos que faremos um podcast só sobre perrengues do empreendedorismo. São 13 anos de  empresa e muita coisa já rolou. Acho que no início os desafios são diferentes de hoje. A empresa, à medida que vai crescendo, ganha novos e mais difíceis desafios. Acho que os maiores estão nas gestões financeiras e de pessoas. Porém, com o passar dos anos, aprendemos a lidar melhor com esses desafios. Quem diria que passaríamos por uma pandemia, por exemplo? Ninguém está preparado para isso, porém com os anos de experiências conseguimos segurar melhor as pontas, acho que é um amadurecimento.

Fe: Empreender não é nada fácil, e por isso os desafios são inúmeros, mas vou focar nos meus top 3 desafios até agora! O primeiro foi fundar um negócio do zero, com economias da família, muitas expectativas, muita responsabilidade e risco. Segundo desafio foi ter que abrir mão de outro projeto pessoal, a Boda Design, para focar as energias na expansão da Adô.
Por último, foi o desafio de encontrar um equilíbrio entre as nossas funções como sócias dentro do negócio. Nos formamos no mesmo curso de criação, e por isso a criatividade sempre foi a nossa maior competência. Em 2018 decidimos que eu não faria mais parte da direção criativa da Adô, função que ficou só com a Tati, e me dedicaria à gestão do negócio. Tem sido assim nos últimos 3 anos, e acabamos encontrando um equilíbrio nas nossas funções: eu  empreendendo de forma criativa e a Tati cria de forma empreendedora. 

O que vocês mais amam na profissão que escolheram?

Tati: Como designer, amo materializar minhas ideias. Trabalhar com criatividade pode ser sofrido, mas é também muito prazeroso quando conseguimos um resultado. Seja como for, bom ou ruim. Gosto tanto da pesquisa e geração de ideias, quanto da parte produtiva. Ter a peça piloto em mãos é uma sensação muito legal. Como empreendedora o que mais me preenche é saber que fazemos parte de uma cadeia produtiva. Que com o nosso trabalho geramos empregos e recursos para muitas famílias também. Isso é muito grande. Amo também o fato de ter as rédeas do meu próprio caminho e poder escolher como seguir.

Fe: Amo criar produtos e/ou negócios autênticos e originais, e da mesma forma adoro trabalhar para fazê-los crescer e paralelamente, ver pessoas crescendo e se desenvolvendo profissionalmente através deles.

Como foi 2020 para a marca? 

Tati: Para a empresa, o maior desafio foi conseguir nos manter em pé frente à crise mundial. Lojas fechadas, novo comportamento do consumidor, trabalho remoto. Tivemos a sorte, ou a sabedoria, de termos o digital forte e com isso focamos toda a nossa energia para crescermos mais nesse sentido. Aliamos a isso muita criatividade e lançamentos que nos ajudaram a manter nosso negócio e nossa equipe. Foi um ano de superação, sem dúvida.

Fe: Foi o ano mais difícil do negócio com certeza, nos fazendo mudar inclusive a estratégia de expansão da marca. Mas foi também um ano de muitas conquistas e crescimento. Tivemos que tomar decisões duras como fechar uma de nossas lojas físicas, um projeto em um shopping de São Paulo super sonhado, no qual investimos muita energia. Mas também foi um ano de crescimento expressivo das nossas vendas online, que compensaram o fechamento de um dos canais físicos e nos permitiu crescer. 

Quais os projetos para esse ano, além da coleção com a Lu?

Tati: Para 2021, manteremos nosso foco no digital e nas novidades em produtos. Sempre trabalhamos com lançamentos periódicos, uma collab  – que desta vez é especialíssima, e outras coleções limitadas que pretendemos lançar nos próximos meses. Queremos também testar novos materiais e novos formatos de negócio, além de atender ao público vegano. Ainda estamos num cenário incerto, mas com mais energia e esperança de que tudo ficará mais leve este ano.

Quais os seus desejos para a Adô pensando mais lá na frente?

Fe: Queremos ser a maior marca de bolsas e utilitários do Brasil – essa parte é para pensar grande, né? : ) Hoje a maioria das marcas nacionais de bolsas é na verdade uma marca de calçado, que na verdade é o carro chefe, e as bolsas são copiadas ou criadas sem usabilidade. Queremos ser referência em design nacional de bolsas e além disso um negócio rentável. Também vamos expandir a nossa atuação com relação a causas e projetos que potencializam mulheres para se tornarem agentes de mudança no país. Foi uma herança que 2020 nos deixou, olhar mais para a nossa comunidade e apoiar causas que catalisam mudanças na vida de outras mulheres.

Como veio a ideia da coleção Adô por CDG?

Fe: A Lu  é uma referência como profissional e  desde o começo da marca sempre apoiou a Adô, portanto tínhamos a certeza de que um dia faríamos algo juntas, porque seria muito verdadeiro e gostamos disso.

O que vocês destacam dessa parceria que mais gostaram e o que acreditam que o público mais vai gostar?

Tati: O que mais gostamos acho que foi conseguirmos materializar em produtos uma parceria e uma admiração que já se estende por alguns anos. Em relação ao público, acho que irão gostar muito da surpresa da estampa nos tons preferidos da Lu. Todos estavam esperando uma linha em tons pastel e viemos sim com os tons, mas num mix super legal e diferente do que se poderia imaginar. Ah, e como não poderia faltar, uma versão P & B que acho que dá o contraponto interessante pra coleção. Na parte interna da bolsa tem um recado da Lu também muito especial.

Por aqui a gente segue torcendo e apoiando essa marca tão especial! Que venha mais sucesso para a Adô!

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