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Lifestyle

Entrevista do mês: Marina Santa Helena

31.03.2021
Redação Chata de Galocha

Meryl, Lótus, Interessantney… Se você sabe o que essas palavras representam, sem dúvidas, você é um Wander e conhece bem a nossa entrevistada especial deste mês, que tem uma das vozes mais gostosas do mundo dos podcasts. Se ainda não conhece, vamos te apresentar agora e, com certeza, vai virar fã também.

Marina Santa Helena é co-apresentadora do Um Milkshake Chamado Wanda, um dos podcasts mais ouvidos no país, apresentado também por Phelipe Cruz, do site Papel Pop, e Samir Duarte. Nele, eles falam de cultura pop e amenidades cotidianas, trazendo uma leveza, mais do que nunca necessária, para os ouvintes. 

Mas, não é apenas no Wanda que a Marina se destaca. Ela é uma profissional em mil e não para. É formada em arquitetura e já foi apresentadora da MTV e da Mix TV. Atualmente, além do Wanda, apresenta também o podcast Estilo Possível, é consultora de estilo, produz conteúdo para o Instagram e faz Mestrado em Moda. Na rotina pessoal, ainda se divide na maternidade e casamento, além de cultivar horta, cozinhar (um dos seus prazeres) e ainda arrumar tempo para assistir séries, ler livros e indicar tudo no Wanda. Cansou só de ler, né? 

Nesse bate-papo, falamos sobre o estilo possível neste momento em que estamos passando, como encontrar alegria nos dias mais difíceis, entre outros temas. Foi uma conversa que adoramos e esperamos que vocês também curtam. 

O Wanda tem sido o alívio cômico e a leveza para os ouvintes em meio a esse caos. Como é se obrigar a falar de coisas engraçadas, naqueles dias em que você está pra baixo?

Várias vezes acontece da gente gravar quando não estamos legais, e posso falar pelos meninos também. Há dias em que nos falamos antes da gravação e está todo mundo triste, com tanta notícia ruim, mas acabamos entrando em um “modo Wanda”. Embora a gente sempre fale de coisas ruins no Lótus, que é o momento do programa onde lamentamos algo que aconteceu durante a semana, tentamos levar até reclamações que sejam divertidas e bobinhas. Temos uma química muito boa e esse é o grande trunfo do programa. Foram poucos os momentos em que o programa foi mais pesado, já que o momento do país pedia e que não dava mesmo para rir. Mas a nossa essência é a leveza e acabamos incorporando o alívio cômico e pra gente mesmo é ótimo. Esses dias gravamos o Wanda Experimenta com um membro da família de cada um e minha mãe participou. E quando desligou, ela comentou como mudou o clima, como demos risadas. Acaba sendo um tipo de terapia de certa forma.

2. No início da pandemia, você preferiu dar um tempo no Estilo Possível por achar que naquele momento não cabia falar sobre moda. Como você encontrou um novo caminho para ele e que caminho é esse? 

Em abril ou maio do ano passado interrompi o programa, depois voltei em julho por três meses e acho que esse ano vai seguir a linha experimental que testei. Eu nunca fui de falar de tendência mesmo, apesar de observar e consumir isso, não é algo que eu curto falar. Sempre preferi tratar da moda atemporal, trazer fatos históricos, discussões interessantes para a cadeia produtiva e o sistema, falar de tendências de comportamento, muito mais do que de peças, algo que acaba influenciando a sociedade como um todo. Nesses episódios de retorno, falei sobre a história do uso das máscaras, tivemos entrevistas com pessoas que admiro… E nessa próxima temporada quero falar muito sobre estilo pessoal, trazendo a pessoa para o centro da conversa. Tem muita gente repensando hábitos de consumo pelo momento em que estamos vivendo e essa é uma mudança que é um caminho sem volta.

3. Você está fazendo mestrado e sua pesquisa é sobre consumo consciente e estilo pessoal. Conta um pouco pra gente sobre isso?

Eu entrei no mestrado no início do ano passado e agora estou fazendo a qualificação. O tema da minha dissertação é a consultoria de estilo como ferramenta para o desenvolvimento do consumo consciente. Eu tenho uma teoria que agora vou comprovar com essa pesquisa de que quanto mais informação de moda a pessoa tem, menos ela consome, porque ela é menos propensa a comprar por impulso. É incrível quantas pessoas eu já atendi que o guarda roupa tinha sacolas de peças que nunca usou, porque acaba comprando por um impulso, por buscar uma satisfação, algum tipo de compensação. Acho que quanto mais falamos sobre estilo pessoal e a imagem que você quer passar, menos esse tipo de coisa acontece. 

4. Você é muito reservada em relação à sua vida pessoal e mesmo no Wanda dá pra perceber isso. Mas como colocar esse limite nas redes sociais, em que tudo é cobrado e não se abalar com críticas?

Colocando limite mesmo. Eu não acho saudável uma pessoa que nunca vi ter algum tipo de poder ou cobrança em relação a algo que eu não quero falar ou mostrar. Acho que desenvolvi um pensamento de que sempre alguém vai reclamar, sempre alguém vai pedir algo que você não quer oferecer, sempre vai ter alguém insatisfeito, mas isso não é problema meu. Recebo algumas mensagens pedindo para eu mostrar o rosto da minha filha, por exemplo, mas se eu não quero, é não. Se for algo que eu sinta vontade de fazer ou falar, beleza. Nem todo mundo é legal e quer o seu bem e também é importante fazer essa diferenciação. Quando sinto que é alguém que gosta de mim, eu converso, troco ideia, mas também coloco o limite. Eu já me abalei muito, especialmente quando trabalhava na TV, mas depois virei uma chavinha na minha cabeça e consegui fazer de um jeito que não me afetasse. E desde então, tenho uma relação saudável e procuro me focar nos comentários legais e bloquear os ruins.

5. Na newsletter do CDG, publiquei um texto chamado “Pelas pequenas alegrias da vida adulta eu vou..” frase que você conhece bem. A música (do Emicida, marido da Marina) mostra um pouco da sua rotina, do seu cotidiano. Mas o que mais têm sido suas pequenas alegrias da vida adulta, especialmente nesse momento tão difícil?

Eu tenho procurado achar beleza em coisas que antes eram muito corriqueiras. De agradecer que estamos saudáveis, por ter trabalho, por estar com minha família.. Essas coisas que a gente dá por garantido muitas vezes, eu tenho dado muito, muito mais valor agora. Você falou que faço mil coisas e que bom que estou conseguindo fazer, que estou tendo saúde, e que também posso dizer não para algumas coisas, isso é um luxo. Além disso, outras coisas que compartilho nas redes, como cozinhar e o tempo com a família, brincar com minha filha, e essas pequenas coisinhas do dia a dia mesmo, têm me feito muito bem e também me faz esquecer muita coisa.    

Gostou da conversa? Na nossa próxima newsletter, vai ter um conteúdo extra dessa entrevista. Não deixe de assinar! E para acompanhar a Marina no Instagram, siga o perfil @santahelena.

1 Comentário  |  Deixar Comentários

Comentários:
  1. Juliana    31/03/2021 - 18h11

    Voltando pra #2007 total, to amando ❤️

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