Hoje é o Dia Mundial do Livro e, para celebrar a data, nossa equipe destacou quais foram os livros que, de alguma maneira, marcaram as nossas vidas.
Não foi fácil escolher um, afinal em cada fase, uma leitura toca a gente de uma forma diferente. Mas esses são os títulos que achamos que valia compartilhar com vocês e deixar como sugestão para leituras futuras:
O livro da Tutuia
“Depois daquela viagem”, da autora Valéria Piassa Polizzi.
“Li quando tinha mais ou menos 13 anos, e é uma das minhas primeiras lembranças de ler um livro com um tema mais complexo. Ele conta a história da Valéria (é uma autobiografia) quando se viu contraindo HIV na adolescência, logo no início da sua vida sexual. Também aborda várias questões sobre relacionamento abusivo e a trajetória dela depois da descoberta da doença, o preconceito da família a amigos, e como ela lidou com o diagnóstico.
Me emocionei muito quando li o livro pela primeira vez porque me vi ali no papel dela. Anos mais tarde, quando iniciei minha vida sexual, lembrei muito de vários trechos e, com toda certeza, ele teve um papel importante para me alertar sobre os cuidados que se deve tomar quando se tem a vida sexual ativa. É um livro muito sensível, que fala sobre o tema de uma forma muito humana. Acho que é uma leitura importante para todos os adolescentes (o meu ainda está guardado na estante)”.
O livro da Tati:
“Foram alguns livros que marcaram minha vida, mas vou falar do último que mexeu comigo de um jeito muito profundo” “Uma esperança mais forte que o mar”, da Melissa Flemming.
Eu juro que nem sei por onde começar a falar sobre esse livro. É claro que quando uma história envolve refugiados da Síria, já sabemos que vem muita dor e tristeza pela frente. No entanto, não estava preparada para o que as páginas do livro “Uma esperança maior que o mar” reservavam. A obra foi escrita por Melissa Fleming que é ninguém menos do que a diretora de Comunicação e a porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Durante seu intenso trabalho para chamar a atenção do mundo para a questão dos refugiados, Melissa conheceu Doaa Al Zamel, uma refugiada síria que, aos 19 anos, foi sobrevivente das mais terríveis tragédias do mundo atual.
Não sei se contar parte do que ela viveu é considerado spoiler do livro, já que sua história virou manchete mundial. Mas posso contar que o que mais chocou foi o fato de que os piores acontecimentos de sua vida não foram acasos do destino e sim consequências das mais profundas e gratuitas maldades humanas.
A história de Doaa me tocou de um jeito que fiquei muito tempo tentando assimilar, mesmo depois de terminar a leitura. Tive dificuldades para deixar de pensar nela e em todas as 70 MILHÕES de pessoas que foram forçadas a deixarem suas casas por conta de conflitos, perseguições e violência generalizada.
25,4 milhões de pessoas são consideradas refugiadas atualmente no mundo, 40 milhões estão deslocadas internamente em seus países e 3,1 milhões são solicitantes de asilo. Milhões de pessoas que não possuem casa e nem mesmo um país que os acolhem.
Esse não é o melhor momento para ler uma história tão triste, mas recomendo que deixem salvo na lista de leituras futuras.
O livro do Léo:
O livro é “Comunicação Não Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”.
“Li esse livro há uns 4 anos e, novamente, no ano passado. O autor é psicólogo, tem extensa experiência em negociações e é consultor e mediador de conflitos em guerras.
Confesso que é um livro um pouco maçante e difícil e, por isso, li ele em dois momentos diferentes. Mas foi bom porque ele me ajudou a reforçar e reavaliar alguns comportamentos da nossa comunicação que a gente não percebe com muita facilidade. As habilidades de escutar profundamente o outro e a nós mesmos é essencial na CNV, que é a base para uma discussão empática.
Pessoalmente, o livro me ajudou a compreender e a organizar a forma como eu me comunico com a minha filha e com a Lu, principalmente em situações de conflito, e também profissionalmente.
Segundo o livro, em qualquer comunicação não violenta, precisamos estar muito conscientes em 4 componentes: observar com atenção e sem julgamentos o que está acontecendo; perceber como nos sentimos em relação a isso, identificar as nossas necessidades em relação aos sentimentos que percebemos e por fim o que estamos querendo da outra pessoa. E da mesma forma, receber do seu interlocutor, com empatia, por meio desses 4 componentes.
O livro aborda muitas questões com muita clareza e riqueza de detalhes e, tenho certeza, voltarei a ele sempre que sentir a necessidade de melhorar a minha comunicação com o mundo. :)”
O livro da Lu:
“Acho muito difícil determinar um livro da vida, porque acredito que mudamos muito, então livros diferentes vão fazer sentido em fases diferentes. Pensando nos últimos meses, tenho dois livros que me marcaram muito: o primeiro deles é Mude Seus Horários, Mude Sua Vida, de Kshirsagar, Suhas, um médico indiano. Estou muito focada em mudar hábitos pensando na minha saúde e o livro me trouxe vários insights sobre a minha rotina. Mudei muita coisa depois da leitura e recomendo.
Ainda nessa onda de saúde, outro livro que me marcou muito foi “A Bailarina de Auschwitz”, de Edith Eger. Tenho gostado muito de ler livros de psicologia, tentando entender como a humanidade superou outros momentos desafiadores. Edith é uma pessoa iluminada, eu marquei o livro todo e acho que todo mundo deveria ler”.
E qual foi o livro que marcou a sua vida? Conta pra gente!