Vejo amor em cada coisa

Quando ele fala que “vai dar uma cochiladinha e me chama daqui a pouco?” acho puro amor. É essa coisa de conseguir fazer as vontades mais íntimas mesmo com a pessoa ali do lado. Interromper ficar do ladinho para dar uma chochilada envolve muito mais que paixão – é amor purinho. O cochilo junto depois do almoço. O cochilo no meio do filme até o braço ficar dormente. O sono compartilhado é amor.
Quando ela fala que precisa de dez minutos para ficar pronta e sai do banheiro com a toalha enrolada na cabeça, de cara limpa. É mais que amor: é intimidade.
Os beijos na testa, no ombro, no pescoço. Dar um cheiro no cabelo e sentir no couro cabeludo o cheirinho único que aquela pessoa tem. Você já reparou que o cheiro natural dele fica lá, no topo da cabeça? Ou também no meio dos fios do cabelo.
Tem amor também na mão que ele coloca na sua coxa esquerda enquanto dirige. Na vontade dela de planejar a próxima viagem para Paris, Búzios ou para aquela pousada no meio do mato.
Vejo amor quando os olhares se reencontram depois de uma briga e acontece aquele abraço apertado que diz mais do que setecentas discussões de relacionamento. Talvez também seja amor ceder, entender e respeitar o tempo do outro. Para ela, é segurar a ansiedade de resolver logo. Para ele, o tempo necessário para pensar, sem responder todas aquelas mensagens. No meio do caminho dos desentendimentos tem muito amor. Tem sim.

Tem muito amor nos pequenos detalhes que a convivência nos ensina de pouquinho em pouquinho. Quando ele massageia os ombros dela, quando ela repousa o nariz na bochecha dele. Nossa, eu vejo amor em cada coisa.