No cinema: Hayao Miyazaki

Hoje resolvi escrever sobre um dos meus diretores preferidos, o japonês Hayao Miyazaki, pegando carona na estréia (aqui em BH ele está em pré estréia no Paragem) do seu mais novo filme: “Ponyo: Uma Amizade Que Veio do Mar”.

Miyazaki ficou mais conhecido aqui no Brasil depois que “A Viagem de Chihiro” ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2003 (apesar do filme ser de 2001), batendo grandes filmes como “A Era do Gelo”, “Spirit” e “Lilo & Stitch” (ok! Vamos combinar que a disputa foi meio injusta, hehe) e também depois de sua parceria com a Disney em meados da década de 1990, que distribui e promove seus filmes pelo mundo afora. Mas o diretor trabalha com animação desde a década de 1960 (vale comentar que seus filmes no Japão são sucesso absoluto e sempre lideram as bilheterias) e é conhecido no mundo todo, inclusive, como “o Disney Japonês” (ou variações dessa mesma idéia). Ou seja, o cara é FERA!
E por que gosto tanto de Miyazaki? Bom, se for resumir em uma palavra, porque ele é MÁGICO. Sempre gostei muito de animações japonesas porque são muito diferentes das nossas, sejam as feitas aqui no país, sejam as de Hollywood que chegam até nós (nada contra Pixar ou Disney, por exemplo, que tbm amo de paixão). Só que é um outro tipo de visão, outros tipos de preocupações e toda uma cultura com a qual não estamos mesmo familiarizados. E Miyazaki traduz isso muito bem em seus filmes, estejam eles falando de ambientalismo (tema bastante recorrente na obra do diretor), de guerras (principalmente aéreas, outro ponto também constante) ou simplesmente falando da inocência de se ser criança. Nesse último caso, acredito que o exemplo mais legal seja “Meu Vizinho Totoro”. Não há filme mais “infantil” e ao mesmo tempo mais maravilhoso! Ao mesmo tempo que retrata o que é ser uma criança, não esquece de retratar também que nem tudo são flores e que, por mais que uma criança seja inocente, mais cedo ou mais tarde ela tem que enfrentar as durezas da vida.
Enfim, não adianta nada ficar aqui falando e falando de Miyazaki. O melhor mesmo é assistir aos filmes dele! E minha sugestão é ir correndo pro cinema assistir Ponyo, que é o que vou fazer ainda neste final de semana (afinal de contas, o filme é de 2008 e só estreou aqui no Brasil esse ano! pecado!).

Ps: acho importante dizer que Hayao Miyazaki tem um estúdio de animação chamado Studio Ghibli com um série de outros diretores que também produzem obras primas não apenas da animação, mas do Cinema, de uma forma geral. Um dos meus preferidos é “Sussurros do Coração” (de Yoshifumi Kondo), bem levinho e cativante, mas o melhor de todos, sem sombra de dúvidas, é “Cemitério de Vagalumes” (de Isao Takahata). Eu NUNCA antes tinha imaginado que um desenho pudesse tratar de um tema tão delicado (Segunda Guerra Mundial) e ser tão absolutamente triste! Chorei do início até o final. E muito. Vale a pena conferir!

E segue a lista dos longas de animação do diretor, pra quem tiver interesse em conhecer mais ou conferir os que ainda não viu:

– Lupin III, O Castelo de Cagliostro, 1979 (longa metragem de uma série televisiva sobre o ladrão Arsene Lupin III)
– Nausicaa do Vale do Vento, 1984 (primeiro filme “ambientalista” do diretor)
– Laputa: Castle In The Sky, 1986 (tem o céu como um dos princiapis elementos deste filme, tema recorrente em sua obra)
– Meu Vizinho Totoro, 1988 (já citado acima, é considerado uma autobiografia do diretor)
– O Serviço de Entregas da Kiki, 1989 (conta a história de Kiki, uma bruxinha)
– Porco Rosso, O Último Herói Romântico, 1992 (homenagem ao longa metragem “Casablanca”)
– A Princesa Mononoke, 1997 (mais um filme de fundo “ambientalista”. A temática é muito semelhante a de Nausicaa, embora sejam histórias bem diferentes)
– A Viagem de Chihiro (sobre uma menina que tem que resgatar seus pais em um mundo estranho e mágico)
– O Castelo Animado (sobre uma moça sozinha no mundo e amaldiçoada e um feiticeiro em crise de identidade e em guerra)
– Ponyo: Uma Amizade Que Veio do Mar (sobre a amizade de um menino humano e Ponyo, uma peixinha)