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Lifestyle

Vá ao cinema sozinha!

28.10.2015
Redação Chata de Galocha

chata_dizeres

Sentindo que precisava quebrar uma rotina cansativa, joguei tudo para o alto e fui ao cinema às 15h40 da tarde. Estava almoçando no shopping, pronta para a aula de boxe e pensei “Quer saber? Preciso distrair a minha cabeça”. Desliguei todos os meus pensamentos e fiz isso: comprei um balde de pipoca refil, um refrigerante médio, um saco de marshmallows e fui assistir a um filme que provavelmente nem as amigas e nem namorado topariam ir comigo. Foi o programa mais legal da minha semana.

Na sala, só tinha uma turma de quatro adolescentes e eu. Desconfiei que eles matavam aula, porque estavam elétricos. Quando entrei, eles cochicharam algo. Imagino que queriam ficar sozinhos, ocupando o meio da última fileira e dominando o espaço. Afinal, eram 15h40 da tarde de uma terça-feira e eu sem querer melei o esquema. Mas, segui firme na minha missão desestressante, sentei no meio e torci para a turma não fazer muita bagunça. Assim que apagaram as luzes, eles começaram a se beijar e eu não ouvi um pio. Foi como se eu estivesse sozinha, na sala da minha casa com uma super tela, o ar condicionado geladinho e o meu refil de pipoca (que repus no meio do filme, claro).

Lembrei da primeira vez que fui ao cinema sozinha e do desconforto que senti. Tive a impressão de que todos me olhavam e sentiam pena, imaginando que eu não tinha com quem ir. Que besteira, era exatamente o contrário: eu não queria ir com ninguém. Queria IR SOZINHA. Com o tempo, comecei a fazer outros programas culturais sem companhia e viciei. Já fui ao museu, exposição, teatro, lançamento de livro e até borboletário. Ainda não consegui ir em festas ou shows sozinha, mas esse é o próximo desafio.

Quando fui ao museu Malba em Buenos Aires, sugeri que a minha família não fosse junto, porque não queria ter hora para ir embora. Fiquei quase duas horas passeando e namorando o quadro da Frida Kahlo, algo que jamais conseguiria fazer em família ou com um grupo de excursão. Quando morei no Canadá, o dia mais feliz do intercâmbio foi quando comprei o metropass, um cartão que dá direito a acesso ilimitado ao metrô. Conheci três museus em uma tarde e vi o pôr-do-sol de um parque comendo cachorro quente. Não tirei o celular da bolsa hora nenhuma. Essa sensação de poder fazer algo que você gosta no seu tempo é incrível.

Não dá para negar. É preciso coragem pra não se incomodar com o que as pessoas estão pensando ou comentando sobre você. Nem o ser humano mais confiante do mundo não se incomoda com esses olhares, mesmo se ninguém está de fato te reparando. O legal é que depois de se jogar em alguns programas sozinha, você para de cismar com isso e até acha graça. A regra é nunca deixar de fazer algo que quer muito só porque ninguém pode ir com você, afinal, você precisa se conhecer melhor. Desencana. Troque de roupa e simplesmente vá.

32 Comentários  |  Deixar Comentários

Comentários:
  1. Carla Lima    28/10/2015 - 15h27

    Nossa, isso acontece algumas vezes comigo quando vou comer sozinha… Parece que tenho 1 olho extra na testa!
    Entretanto, acho realmente que, com o tempo, pode ser libertador!!!
    Eu já deixei de caminhar, de malhar, de sair pra comer, de visitar eventos, etc… Tudo porque não tinha companhia… Vou tentar seguir seu conselho!! sério mesmo!! ;)
    Obrigada!

    • Andrea    29/10/2015 - 11h01

      Carla, eu tomei coragem para almoçar sozinha depois dos 40 anos!!!! E foi libertador. Ainda não acostumei com isso. Mas o primeiro passo eu já tomei.

  2. Loly    28/10/2015 - 16h28

    Muito bom!!!!

  3. Erica    28/10/2015 - 17h38

    Que lindo!! Super me identifiquei!

  4. Livia    28/10/2015 - 17h46

    Mt bom o texto, sempre desisto de alguma programa só porque não tinha companhia rsrs. Realmente eu fico pensando no que os outros vão pensar se eu sair sozinha por ae pra fazer algum programa sem ninguém (afinal todo mundo tem um amigo pelo menos rsrs). Mas uma coisa é certa, as pessoas sempre vão falar, então o lance é desencanar mesmo como vc falou. Amo seus textos Marcela, fico sempre ansiosa pelos próximos. Parabéns!! Bjs!!

  5. gil    28/10/2015 - 18h01

    oi luu, oi maa, lembro q a primeira vez q fui foi sozinha tambem mas eu estava tao empolgada porque na epoca eu so queria ver o meu chris evans q nem senti q nao tinham alguem conhecido por perto, curti e foi incrivel, claro q amo ir com meu marido e é bem diferente, mas se o filme for realmente bom e no meu caso: ter algum amor envolvido por ator, diretor ou tema a gente curte do mesmo jeito, sozinha ou acompanhada <3
    luu, maa, me visitem tambem:
    http://www.gylvaniaevans.com

  6. Beattriz Silva    28/10/2015 - 18h18

    Sim Sim Sim. Super me identifiquei com o post. Já fiz isso algumas vezes(até por birra, por ter chamado amigos e namorado se não terem aceito) e foi experiências maravilhosas. Se torna um momento só seu, aquele que ninguém precisa saber o que você está pensando ou ter que perguntar se a pessoa está gostando ou não. É você com suas próprias escolhas. Todo mundo deveria fazer isso pelo menos uma vez na vida!

  7. Bianca Sales    28/10/2015 - 19h32

    Meninaaaaaaaaaa, eu tenho muita vontade de ir sozinha. Um dia pode ter certeza que vou ter essa experiência.
    Gostei “É preciso coragem pra não se incomodar com o que as pessoas estão pensando ou comentando sobre você”.

  8. Claudia Tostes    28/10/2015 - 19h39

    Nada como a nossa própria companhia.

  9. Luana    28/10/2015 - 19h47

    Amei, Marcella! Isso aí :)
    Já viajei sozinha e amei de paixão, descobri que sou uma ótima companhia (modéstia à parte) e estou morrendo de vontade de encarar outra viagem mais prolongada assim também.
    No início foi meio estranho, me senti meio perdida, mas logo fui me soltando e aproveitando esse momento de liberdade. É exatamente como escreveste, foi muito bom fazer tudo ao meu tempo. Sem contar que a única pessoa que eu precisei agradar, era a mim mesma.
    Ótimo conselho esse teu: vá ao cinema sozinha (e aonde mais quiser e aproveite)!

  10. Any    28/10/2015 - 21h48

    Eu também adoro fazer as coisas no meu tempo e acho que esta sensação de bem estar é uma coisa de quem se gosta e se sente bem consigo mesma.
    Que bom que você se sente assim !Eu também me sinto.
    Mas é preciso coragem para se estar consigo mesma, muita gente não tem e precisa sempre estar com o outro pra estar bem, eu gosto de companhia claro! mas as vezes a minha melhor companhia sou eu mesma.

  11. Leilane Pereira    28/10/2015 - 22h09

    Marcela já fiz isso e é um dos filmes que mais me recordo ;)

  12. Isabela    28/10/2015 - 22h13

    engraçado como a gente automaticamente desiste de fazer algumas coisas só pq nao tem companhia, no meu caso muitas vezes eu nem tô afim de ter que conversar com ninguém mas deixo de fazer as coisas por não ter com quem ir hahahah tô esperando aparecer um tempinho livre pra ir no cinema sozinha, pra almoçar eu já saio sozinha quase sempre, então nem deve ser tão diferente. só shows que ainda nao tenho coragem, infelizmente certas situações ainda são “perigosas” pra mulheres fazerem sozinhas =(

  13. Debora Orikassa    28/10/2015 - 22h13

    Me identifiquei muito Marcella, realmente é como se esse momento só nosso fosse uma liberdade de sermos nós mesmos sem ninguém por perto, uma forma de repensarmos e nos conhecermos mais e descobrir nossas necessidades. Adoro seus textos! Parabéns! Parceria maravilhosa entre os blogs. :D

  14. Priscila    28/10/2015 - 22h28

    Amei o texto, adoro ir ao cinema sozinha, já ouvi comentários de amigos q acham estranho ou deprimente, eu acho o contrário. Ainda bem q não sou a única q pensa assim! Rsrs

  15. Manu    28/10/2015 - 23h37

    Como cinéfila que sou vou ao cinema semanalmente. Quase sempre sozinha. Óbvio que não foi sempre assim.
    Sempre fui muito independente. Vim do interior para a capital estudar e morar sozinha ainda adolescente então, você se vira e pronto. No início chamava meus amigos para ir ao cinema e sempre deixava de ver excelentes filmes porque não tinha companhia. Certa vez um filme de um diretor que amo estava em cartaz e todo mundo me deu bolo. Foi aí que levantei da cama, peguei meu ônibus e fui. Desde esse abril de 2009 não parei mais.
    Se um amigo quiser ir, com certeza aceitarei seu convite e irei! Mas jamais perder um filme porque alguém não vai mais. Esse ano fui ao cinema 24 vezes e dessas, apenas 3 fui acompanhada.
    Fora as vezes que vou à livraria no Centro, que vou pedalar na orla, vou almoçar em um local diferente, enfim, em nenhuma vez eu me sinto solitária, abandonada ou digna de pena. Pelo contrário, eu sou uma pessoa que se conhece. Que sabe meu verdadeiro valor e que se curte em primeiro lugar.
    Críticas? Recebo sempre. “É coisa de doido! É coisa de depressivo! Tu não tem juízo, que horror!”
    Simplesmente não entendo a dependência física e emocional que pode nascer dentro de um ser humano perante outrem.
    Dignos de pena são aqueles que acham que precisam de outro lado, outro pedaço pra se sentirem completos. Eu me sinto completa pelo que sou e essas pequenas coisas me deixam extremamente feliz e convicta de que com ou sem alguém eu me priorizo sempre.

  16. Rafa    28/10/2015 - 23h50

    Super me identifiquei!!!
    Também sou dessas…
    Choquei a família e os amigos, quando no meu último aniversário, resolvi que viajaria sozinha para uma casinha no meio do nada…
    Levei comigo, minha cachorro, uns DVDs e uns livros. Foram dias maravilhosos na presença de mim mesma!
    ?

    • Andrea    29/10/2015 - 11h04

      Adorei a ideia. Projeto para o próximo ano!

  17. Kelly    28/10/2015 - 23h52

    Marcela, o seu post veio em ótima hora. Eu também costumo fazer vários programas sozinha e sempre reparei nos olhares de “reprovação ou pena” das pessoas, mas nunca me incomodei com isso. Nos últimos dias me bateu uma vontade imensa de fazer uma viagem para o exterior, mas sozinha. Nunca viajei sozinha, só mesmo dentro do Brasil e mesmo assim durante finais de semana. Mas dessa vez tenho vontade de ficar “off”por uns 10 dias, no mínimo. Estava em dúvida de fazer ou não essa viagem, justamente por não ter companhia, mas lendo o seu post me dei conta de que sou capaz de lidar com as situações de uma viagem desacompanhada. Será até uma forma de me conhecer melhor e de fazer as coisas no meu ritmo. Agora só falta decidir o destino, mas a viagem vai acontecer, de um jeito ou de outro. rs

  18. alessandra    28/10/2015 - 23h56

    Super me identifiquei com esse texto!

    Faço muita coisa só, às vezes pelo prazer da minha companhia, às vezes por solidão. Ja tive a fase de ficar constrangida achando que todo mundo me nota e tem pena (ainda tenho um resquício desse sentimento), ´hoje pouco me importa o que acham, vou pra alguns shows, praia, cinema, shopping, bater perna na rua e feliz, preciso apenas tomar coragem e embarcar em uma viagem de lazer só! Trabalho ja encarei de boa!!

  19. Jackeline    29/10/2015 - 03h01

    Faço algo sozinha pelo menos uma vez por mês.Gente é maravilhooooso, vc come o quer, entra nas lojas, demora o tempo que quiser, prova tudo o que quer sem ninguém ficar te apressando ,olha o que quer, escolhe o quer fazer, eu amo .Antes sempre esperava alguém pra ir comigo , agora vou sozinha mesmo e até prefiro.Teve um dia que separei uma tarde para andar na paulista inteira; entrei em todas as lojas e comércios que me interessavam,admirei a paisagem, almocei e foi maravilhoso, recomendo muito.

  20. Helena Merlo    29/10/2015 - 08h22

    Inclusive para Lú, não sei se Marcella também é de BH. Mas, está passando uma mostra no Cine Humberto Mauro do Palácio de cineastas mineiras muito legal. Ainda é gratuita.
    Abraços!

  21. Ana    29/10/2015 - 09h30

    Me identifiquei … não existe nada mais desestressante do que ir ao cinema sozinha ! Ir na hora que você quer e assistir ao filme que quiser sem ter que esperar por ninguém chegar e se concentrar só no seu filminho. Libertador.

  22. Mayara Navarro    29/10/2015 - 10h06

    ADOREI!
    Sempre fui ao cinema sozinha e amo essa experiência.
    Posso ver o que eu quiser, comer o que eu quiser, sem me preocupar com quem está do lado, sem que ninguem me faça perguntas!
    Sair com as pessoas é muito bom, mas tem horas que a melhor compania é você mesma!

  23. Kelly    29/10/2015 - 11h27

    Decidi mudar de espaço físico para ver se mudava a minha dependência de amigos e de família. Passava a maioria dos meus dias sentada em um sofá, reclamando da vida e me queixando de tudo e de todos. Vivia em uma cidade pequena, sem muito que fazer e ainda por cima, por não ter trabalho, grana e ainda me achar velha para pedir dinheiro aos meus pais para fazer qualquer coisa meus dias eram terríveis. Deu a louca certo dia, misturado a diversos outros fatores e resolvi mudar. Eligi um espaço físico dentre todos os espaços que esse mundão me ofertava, tomei duas doses de coragem e sai da casa dos meus pais com duas malinhas com roupas, livros e documentos e me mudei para a Buenos Aires. Não sai por passar mal ou nada disso, em ordem de pobre tinha tudo o que necessitava, resolvi mudar para reconstruir-me. Sai de uma cidade pequena (Aracaju) e me deparei com essa imensidão que é a Argentina e me encantei com tudo, me apaixonei e estou aqui há quase três anos. Passei de tudo um pouco e a cada dia venho tendo novas experiências, boas e ruins. Como sou um pouco diferente dos demais e pelo fato de ter tido más experiências com muitas pessoas não tenho muitos amigos aqui e meus das vezes me senti e me sinto só, mas venho criando couraças que me protegem dos baques da vida (mesmo tendo momentos que elas são rompidas e restituídas). Aprendi a fazer milhões de coisas sozinhas pelo simples fato de que: ou eu faço sozinha ou vou reviver a vida que tinha antes, sentada em um sofá e reclamando da vida. Tem momentos que a rotina volta, pois tem um dito que sempre uso: ” você pode tirar um homem de uma favela mas nunca a favela de dentro de um homem” e eu me encontro, mesmo aqui em Baires, com milhões de coisas a se fazer, sentada em minha cama reclamando por não ter ninguém para sair mas aí, vem texto como esses e me trazem de volta a realidade e vejo que a culpada de tudo isso só sou eu mesma (não tem nem a Irene). Essa experiência do Museu é muito frequente comigo. O bom de Baires é que tem todos os Museus que uma pessoa pode desejar ao alcance e o melhor: dias gratuitos para a visitação. Sempre quando eu encontro uma companhia raramente consigo namorar cada pedaço dos locais como posso namorar, por horas a fio, quando estou sozinha. Isso me passa com museus, parques, espaços culturais… Supermercados … Obrigada por esse texto, me trouxe de volta a realidade. Já praticava isso, deixei não sei por que de praticar e estou AGORA voltando a por em prática. Quando voltar a Baires me avisa! #MeArrumandoParaSair!

    • Marcella Brafman    29/10/2015 - 20h30

      Que bacana, Kelly! Aproveite muito Buenos! Fico feliz que o texto tenha te lembrado o quanto é gostoso se curtir. =) beijos, Marcella

  24. Carol Alcantara    29/10/2015 - 11h55

    Marcella, super me identifiquei com o texto!!! NUNCA tive problema em ir ao cinema sozinha e me lembrei da época de adolescente em que ía bastante e minhas amigas me falavam que eu era estranha!!! Adorava!!! Bjuuss

  25. Luciane    29/10/2015 - 13h59

    Ainda não tenho coragem de ir jantar sozinha :( Viajar eu curti :) mas o momento do check in no hotel sozinha é meio tenso, vcs não acham? :/

  26. Ju Freitas    30/10/2015 - 09h47

    Nossa, canseiii de ir ao cinema sozinha e ouvir vários comentários do tipo: nossa, que deprimente! rs.
    Mas sempre achei maravilhosooo! Super me identifiquei com o texto! Bjs

  27. Marta Mello    02/11/2015 - 16h56

    Quando eu falo que vou ao cinema sozinha ainda vejo algumas pessoas me olharem achando estranho.

  28. cinthia teixeira    02/11/2015 - 22h06

    depois de 6 anos sem namorar ha uns dois tomei coragem de sair sozinha, encorajada pelo meu terapeuta que dizia que eu estava sendo muito cruel comigo mesma deixando de curtir algo bacana por falta de companhia, e acredite que essas saídas foram surpreendentes, conheci um gato de Brasília, arrumei uma nova amiga super animada, mas confesso que ainda tenho que ouvir minhas irmãs me chamarem de doida, e até que achariam que eu era prostituta!Mas eu não desanimo e vou atrás do que me faz bem!

  29. Ana    14/11/2015 - 15h00

    Ate me deparar com esse texto, nunca tinha passado pela minha cabeça essa “dificuldade” em realizar as coisas sozinhas que mereça um texto, achei bizarro! Sempre fiz tudo sozinha e sou muito feliz, nunca reparei em olhares,sou super bem resolvida… Faço absolutamente tudo all by myself, compras, shopping, cinema, restaurantes, morei em Londres, rodei a Europa, rodei a Asia por 6 países, muitos outros países, cursos, inúmeros museus, exposições, enfim qual a dificuldade?

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