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Moda

DNA de uma artista: conheça a designer Fernanda Torquett

04.03.2021
Redação Chata de Galocha

Quem ama arte e design sabe como é legal quando a gente vê um acessório em uma pessoa e logo identifica quem a criou. É exatamente isso o que acontece com as criações da Fernanda Torquett. Com um DNA bem definido e precioso, a marca reflete vivências e referências dessa talentosa artista mineira, da qual somos fãs declaradas (vocês, com certeza, já viram a Lu e a Tutuia usando acessórios dela diversas vezes).

Não é à toa, que ela foi um dos primeiros nomes lembrados quando tivemos a ideia de trazer para o CDG entrevistas com mulheres empreendedoras que admiramos. Com essa conversa, vocês poderão conhecer um pouco mais da Fê e da história por trás desses acessórios que carregam uma identidade tão própria.

Conta pra gente um pouco do seu começo? 

Comecei de forma muito natural. Cursei Design de Moda e quando estava no meio da graduação comecei um estágio na Mary Design, marca de acessórios aqui de BH (que eu amava!). Desde criança, eu tinha afinidade com o universo da moda e das bijouterias, criar acessórios e roupas para minhas bonecas era uma das minhas brincadeiras. Durante o estágio afinei minha conexão não só com o criar, mas também tive a oportunidade de entender como funcionava uma fábrica, os movimentos entre a criação e a venda. Me formei e ainda fiquei um tempo na Mary, logo depois trabalhei como designer em outras marcas de acessórios – Gissa Bicalho, Heliana Lages e Raquel Guerra – cada uma dessas experiências contribuíram para eu ampliar meu olhar sobre uma empresa de forma holística. Tive a oportunidade de trabalhar com inúmeras técnicas, materiais, fornecedores e ainda acompanhei outros setores da empresa de forma curiosa. 

E como nasceu a marca? 

O começo da marca foi muito orgânico, praticamente um presente do universo. Estava conversando com o Davi Leite, ele estava produzindo um editorial e me convidou para fazer as peças para as fotos. A princípio achei que era mais fácil pegar os acessórios em alguma das marcas que estava trabalhando, mas ele insistiu para que eu fizesse algumas peças autorais. Para um grande amigo não se nega um pedido desses, então fiz algumas peças. 

Entreguei as peças para o Davi, ele tirou as fotos e voltou com feedbacks positivos, ele e todo o pessoal das fotos tinham curtido muito as peças! Eu fiquei feliz e comecei a pensar que poderia ser legal comercializar as peças. No mesmo mês soube que teria uma feira de designers e artistas locais na Benfeitoria, já frequentava o evento e conversei com as meninas que organizavam para eu fazer parte da curadoria. Em outubro de 2016 participei da minha primeira feira e foi muito legal! As peças praticamente esgotaram e adorei conversar com as pessoas e conhecer outros  criativos da cidade. Em Abril de 2017 me desliguei do antigo trabalho e passei a me dedicar à Fernanda Torquett. 

Sua marca tem uma identidade muito própria, daquelas que a gente vê uma peça e já sabe que é sua. Como foi essa construção?

Essa construção vem literalmente de casa. Vejo no meu trabalho a união dos meus pai; minha mãe era ceramista e meu pai pedreiro. Não foi de cara que percebi que eu os unia e os recriava nas minhas peças, mas num estudo sistêmico sobre meu ser, cheguei a essa conclusão. 

As características que acho mais significativas na identidade das peças que crio são: o trabalho manual, as construções das peças com elementos arquitetônicos e materiais utilizados na construção civil  e a ideia de ressignificar a vida a partir da materialidade, com o upcycling

Como tem sido esse momento de pandemia para a marca e quais lições você tem tirado dele, especialmente como empreendedora?

Tenho experimentado mais do que nunca a constante da vida; que é a impermanência. Desde que começou o isolamento tenho vivido dia a dia, mês a mês. Levando meu olhar para o lado comercial, as vendas oscilam muito, houve períodos de vendas abundantes e outros mais desafiadores. Já na perspectiva da criação e desenvolvimento, percebo como um momento de mudança e de ampliação das ideias. 

As principais lições que tiro são: trabalhar com mais organização e foco. Tenho entendido que o tempo pode e deve ser mais bem administrado, até para que possa me dedicar e usufruir de outras atividades pessoais. Outra lição importante é da valorização e da força do coletivo, sempre fiz a maioria dos processos na FT sozinha e com alguns colaboradores na parte de produção, no último ano parte desse apoio teve que ser restrito, é algo que sinto falta. Creio que a construção deve ser feita por várias mãos. 

O que te inspira e quais são suas referências?

Parte das minhas inspirações vem do dia a dia, das minhas vivências pessoais. Tenho grande interesse por espiritualidade e autoconhecimento, nas  minhas buscas sempre encontro algo que me instiga curiosidade e conforme vou estudando essas referências chegam nas criações. 

As referências estéticas vem de muitos lugares, designers, arquitetos, artesãos, artistas, tatuadores, etc. Alguns dos que muito admiro são Elena Salmistraro, Sarah Angold, Ioanna Souflia, Caralarga, Turbina Studio, Pena Branca, Freddy Mamani, Katerina Sokolova e por aí vai. E claro, uma lista enooorme de amigos, familiares e colegas de trabalho que tenho a oportunidade de conviver. 

Quem é aquela pessoa que você sonha ver usando suas peças um dia? Pode sonhar alto!

Fiquei pensando em alguns nomes, cheguei à conclusão que sou muito feliz com as pessoas que usam minhas criações, pois sinto que se conectam com as peças e assim também se conectam comigo, somos uma rede. A partir desse entendimento, gostaria que pessoas com que me conecto usassem as peças, sonhando com Maria Bethânia, Bela Gil, Djamila Ribeiro, Mãeana…

O que você deseja passar com suas criações? O que você espera que as mulheres sintam ao usar uma peça sua?

Cada peça possui em si uma mensagem. As últimas duas coleções, por exemplo, carregam a mensagem da nossa interconexão com todo o universo manifestado, com todos os seres. Eu espero que essas mensagens cheguem a cada pessoa que usar uma das peças. Acredito que experiências estéticas externas podem promover identificação com a beleza interior, e que esse é um ciclo de dentro; fora e fora; dentro, então desejo que essas mulheres possam experimentar em si as transformações e possam recriar, ressignificar e co criar suas vidas e ideias.

Lu com um brinco da Fernanda Torquett

Quais os próximos planos para a marca? Onde você sonha que ela chegue?

Tenho pensado em ampliar o mix de produtos, buscar novas proporções para minhas criações. Começar a trabalhar em um novo nicho do mercado. Essa é uma ideia que desejo desenvolver esse ano. 

Meu sonho é que meu trabalho possa expandir, chegar a mais pessoas e lugares. Comecei a exportar no último ano, que já está sendo uma grande realização para mim. Agora desejo trabalhar para consolidar a marca no mercado interno e aos poucos crescer no mercado externo.

E a Fê tem um presente especial: ela preparou um cupom de desconto para as leitoras do CDG! É só colocar suas escolhas no carrinho e digitar o código CHATA10OFF, antes de finalizar a compra. Amamos! <3

2 Comentários  |  Deixar Comentários

Comentários:
  1. Ana    04/03/2021 - 18h23

    São mesmo inconfundíveis as peças 💛

  2. Dollores    11/03/2021 - 12h59

    Que alegria ver minha designer favorita aqui é conhecer mais da sua história. Fernanda te admiro muito! Sua trajetória, sua história, sua força e seu trabalho. Sou muito fã. Muito sucesso p vc

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