Uma vez fui em uma cartomante e a bendita disse que o amor da minha vida já estava na minha vida. Que precisava olhar para os lados. Se eu tivesse lido meu horóscopo do dia, daria na mesma… Só que eu pirei. Comecei a desconfiar até do porteiro.
Comecei a achar que o amor da minha vida era alguém muito nada a ver, fora de qualquer contexto. Tinha lapsos de imaginação, pensando se ele era loiro, moreno, morava no mesmo prédio que eu e gostava de rock progressivo. Vivia em uma cena final de filme vinte e quatro horas por dia. Era um saco. Porque se tem outra coisa que me ensinou a crescer melhor que Biotônico Fontoura, foram as comédias românticas. Quando eu tinha dezoito anos, o Ashton Kutcher era tipo o meu papa.
Um dia, essa busca desenfreada cansou. Eu caí na real: não existe príncipe encantado e não existe Cinderela. Infelizmente, também não conheci nenhum Ashton Kutcher e não sou parecida com a Reese Witherspoon. Quando o tal amor da minha vida chegasse, seria muito diferente do que aprendi em Dez Coisas que Eu Odeio em Você. E ainda mais diferente de toda essa emoção que a cartomante despertou em mim.
Para entender como alguém entraria na minha vida, descobri que essa paixão avassaladora que eu buscava não era amor. Era apego. Existem dois tipos de amor: o apego e o amor genuíno. A diferença entre eles é drástica, só que a gente quase nunca percebe. Jetsunma Tenzin Palmo, uma monja muito sábia por quem eu me apaixonei, fala muito bem sobre isso.
O apego te pede para segurar com força, enquanto o amor pede que você segure com gentileza, deixando as coisas fluírem. É tão difícil entender isso, porque as pessoas pensam que quanto mais elas se agarrem em alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. Não é bem assim.
Quanto mais nos agarramos, mais temos medos de perder. Imaginamos que só poderemos ser preenchidos pelo outro. E é isso que causa a dor. Antes de tudo, o preenchimento precisa vir de dentro da gente.
Jetsunma Tenzin ensina algo muito prático que repasso para vocês. O apego diz: “eu gosto de você e por isso quero que você me faça feliz”, enquanto o amor sussura: “eu gosto de você e por isso quero que VOCÊ seja feliz, e se isso me incluir, ótimo”. O amor genuíno que eu apelidei de “amor tranquilo” não chega de repente, ele chega devagar. Ele não vai chegar para te dar susto, e sim para te acalmar.
Hoje eu entendo o que a cartomante e Jetsunma querem dizer. É claro que o grande amor da minha vida já está ao meu lado. O amor da minha vida sou eu. O amor da sua vida também já chegou, e é você. O amor que vier depois disso, virá só para nos completar.
Olá Marcela,
o texto é muito interessante e bom pra refletir!
Mas acho que houve um pequeno deslize, vc esqueceu de mencionar a budista Jetsunma Tenzin Palmo, é ela que fala do amor genuíno e do apego!
Adoro seus textos e sempre vão de encontro com algumas coisas da minha vida!
Sucesso!
Ei Isabela! Obrigada!
Você tem razão, a Jetsunma Tenzin Palmo é incrível, ela que me ensinou a frase do apego. Já está devidamente creditada no texto. :)
Beijo
“amor tranquilo”… exatamente no que eu acredito. Amor é diferente de paixão… de tudo o mais…
“até” o porteiro
!! atenção, conteúdo preconceituoso nesse post !!
preconceito contra as profissões de prestadores de serviço, a gente vê aqui.
Nossa, que preguiça… Nada a ver!!! Para de ver polêmica onde não tem…
bom, apenas apontei um fato!
o “até” dá o tom pejorativo para a possibilidade de alguém se apaixonar pelo porteiro. e isso, sim, sim, sim: é preconceito. tendo preguiça ou não, ali há um comentário preconceituoso. constrangedor, namoradas, filhas e amigas de porteiro, porteiros e porteiras estão lendo o seu blog. pessoas de bom senso também.
queria mesmo que não houvesse preguiça no tema, pois vivemos num país onde há muito preconceito contra as profissões de prestadores de serviço e isso está impregnado na nossa linguagem, está na nossa prática cotidiana e é uma merda da qual deveríamos ter vergonha, e não ter preguiça.
Clara, você está equivocada.
Eu entendi que a expressão “até o porteiro” se refere a algo difícil de acontecer, não a algo inferior com relação a classe social ou profissão.
Por favor, o mundo já tá tão difícil por causa dos problemas que nele tem, não cria mais onde não existe ;)
Você não apontou um fato, Clara, você interpretou um texto.
Marcella não foi nada preconceituosa, e eu nem achei que precisaria esclarecer isso, mas o comentário aqui em cima do meu ainda explicou.
Continuo com preguiça de quem gosta de criar polêmica. Acho importante tentar interpretar corretamente o outro antes de sair apontando o dedo e acusando de algo tão sério.
hum, não me convenceu. porque é difícil se apaixonar por um porteiro?
…
mas acho que não vale a pena continuar essa discussão.
discordamos sobre a interpretação dessa frase e isso não precisa ir mais adiante.
peço desculpas se criei uma polêmica desnecessária.
Clara, perdoe-me, mas achei engraçada a sua interpretação do trecho “Comecei a desconfiar até do porteiro…” Ao meu modo de ver, a autora apenas estava expressando a sua ansiedade de reconhecer o seu grande amor, tentando enxergá-lo em qualquer pessoa que fizesse parte do seu cotidiano. Teria o mesmo efeito se ela tivesse dito: “Comecei a desconfiar até do meu ginecologista” ou “Comecei a desconfiar até do reitor da minha universidade”.
Certa vez teve uma polêmica com a interpretação do texto “No meio do caminho tinha uma pedra” de Carlos Drummond, em que o palestrante afirmava que o autor estava falando de obstáculos e desafios encontrados ao longo da vida e o próprio Drummond negou, categoricamente, dizendo que tratava-se simplesmente de uma pedra.
A possibilidade de diversas interpretações de um mesmo texto é o que me encanta no universo das palavras. Só recomendo um pouco de cautela ao afirmar que a autora foi infeliz ao redigir de tal maneira, pois o preconceito é algo muito sério! E verdade seja dita: Que texto maravilhoso!
Concordo plenamente! Demorei pra entender isso, depois de muito sofrer!
Adorei o post! Sempre acompanho o blog!
É isso mesmo Marcella …
Eu chamo esta conquista final de MATURIDADE.
E quando ela chega, te traz uma paz, uma tranquilidade inexplicáveis …
No meu caso, demorou um pouquinho (38/40 anos). Eu esperava a “perfeição” no outro. Quando eu tinha que procurá-la, primeiro, em mim. E, entenda por “perfeição”, simplesmente TUDO !
Parabéns pela matéria !
Shirley
Curitiba-PR
Marcella, Parabéns pelo ótimo texto!!! É isso mesmo que acontece, temos que nos amar, primeiro entender a nós para depois poder entender ao próximo, afinal nossa relação com nós mesmos dura uma vida toda!!! Adoro seus textos “pé no chão” aqui no chata de galocha. Precisamos de mais pessoas sinceras com vc !! Valeu! Bjos Naty
Tão verdade!!!!!!!!!!!
Post apenas perfeito…adorei!
Estava mesmo precisando ler este texto!!! Obrigada.
Adorei o texto, é isso msm o apego te prende e te faz imóvel pra reagir, prosseguir e quem sabe achar alguém melhor, que te faça realmente viva. Parabéns marcella.
MUITO BOM O TEXTO! PARABÉNS!!
É o tal do amor próprio que os mais velhos sempre nos ensinam e a gente teima em não aprender…
http://www.estiloadois.com.br
Desculpa, sem querer gerar confusão nem nada, mas esses conceitos de amor genuíno e apego são originais daqui: https://youtube.com/watch?v=gjV5zaGd0gA. Acho que faltou citar a fonte.
Belissima reflexão!
enquanto o amor sussura: “eu gosto de você e por isso quero que VOCÊ seja feliz, e se isso me incluir, ótimo”.
Amei
Super curto os textos da marcella, porém parte desse texto já vi no site de outra autora, sinceramente não acho genuíno a cópia. Mesmo assim, parabenizo pelos demais textos.
Ótimo texto adorei!!
Me identifiquei bastante, pois sempre vivi em busca desse amor, e de uns tempos para ca tenho compreendido exatamente o que vc escreveu.
Oi, Má!
Não poderia concordar mais com vc! Assino embaixo =D
Beijo
Marcella, adoro seus textos e sua maneira de se expressar!
E viva o amor tranquilo <3
Horóscopo e cartomantes não fazem ideia de quanto amor há ao nosso redor. Para mim, o amor é divino e traz paz, calma e segurança. Só que algumas pitadas de loucura de vez em quando no meio do amor, tornam a vida mais interessante. Então no amor entre um homem e uma mulher, deve haver equilibrio!
Parabéns pelo texto!
http://www.velhadevinte.com.br
era tudo que eu precisava ler hoje!!! beijos, lu!!
Ótimo texto…
`·.¸¸.·´´¯`··._.· Acesse nossa loja online: http://www.PISAICO.com.br `·.¸¸.·´´¯`··._.·
Lu, seu blog está cada dia mais legal! Que espetáculo de texto!
Parabéns pela gestão de conteúdo do blog e escolha da equipe! É difícil ver algo parecido, com atualizações de qualidade e diversas diariamente! Você brilha!
Lu, não é querer levantar polêmica exigir crédito onde crédito é devido. Você que já deve ter tido posts copiados deveria saber o que é isso. Apropriar-se das ideias de outrem como se fossem suas é fundamentalmente errado; se fosse um texto, seria considerado plágio, mas o princípio é o mesmo. Pena que precisou algumas leitoras apontarem p/ o erro ser corrigido.
Nossa, concordo com tudo no texto. A gente idealiza tanto o amor, quando na verdade ele é tão simples. Me identifiquei muito com o que vc falou do amor próprio e do amor tranquilo, que eu chamo de amores reais. Parabéns pelo texto!
http://www.blogamorreal.com.br
Olá Marcela,
Escrevi um comentário falando dá não citação da Jetsunma Tenzin Palmo, e vi que algumas pessoas tbm comentaram isso tbm, nunca foi minha intenção criar polemica ou desmerecer seu trabalho!
Mas assim que entrei novamente no blog, vi que havia modificado o texto e deu nome a citação.
Sei que minha opinião é de minima importância, mas realmente fiquei muito admirada com sua atitude e se já gostava de vc como escritora, agora passo a admirar vc como pessoa, acho lindo e elegante isso que vc fez! Parabéns!
Marcella, vim tão somente dizer obrigada pelas suas palavras, era tudo o que eu precisava ouvir nesses dias em que vivo num caos emocional e um sentimento imenso de apego, que acredito estar impedindo o amor que sinto se mostrar plenamente.
Obrigada mesmo!
Beijos!
Post perfeito …
Amei !!!
Excelente texto!
Lindo!!!!
Quando li a frase da imagem do post lembrei de uma vez que meu namorado me disse que uma boa parte do meu romantismo se deve aos filmes românticos (americanos na maioria) que eu assisto. Mas eu acho que a vida nos filmes, muitas vezes, é mais empolgante. Não que eu ache que a minha vida tenha que ser igual, ninguém é feliz o dia todo, mas as coisas andam tão difíceis, as pessoas tão cruéis, que acaba sendo uma forma de escapar da realidade feia que vemos por aí. Acredito nas pessoas boas e no amor. Pode ser sonhar demais, mas prefiro ser assim do que me deixar engessar e ficar fria com as coisas que vemos na TV todos os dias. Olhar pra gente, querer o nosso bem, o que nos faz feliz e assim, fazer tudo a nossa volta ser mais leve, tranquilo, prazeroso e feliz.
Beijos Gi
Muito engraçado ter entrado no chata hoje e lido esse teu texto, Marcella. Que sintonia! Hoje mesmo escrevi um post no meu blog sobre o amor dos filmes. Diferenciar amor e apego é muito difícil, mas pra mim é mais difícil ainda tirar esse padrão de amor da nossa cabeça. Se o nosso relacionamento não atinge aquele ideal sempre parece que tem algo faltando, algo errado. Os filmes acabam sendo uma influência meio ruim pra gente nesse sentido :/ Mas ja visse “Blue Valentine”? Falei dele no meu post de hoje e é o filme-antítese desse amor ideal. É o amor de verdade, e ele às vezes assusta.
Já vi Blue Valentine sim, Eric! Maravilhoso esse filme! =)
Obrigada, um beijo!
MASSA!!!!!!!!
Que texto maravilhoso! Adoro os conceitos de “apego e amor genuíno” da Jetsunma Tenzin Palmo, mas a forma como a Marcella os apresentou foi sublime. É formidável encontrar um texto tão bom em uma época que as palavras escritas estão sendo abreviadas e suprimidas.
Marcella, parabéns pelo texto! Foi uma linda reflexão e me deixou até emocionada.
Sem palavras… <3
Ahh que texto gostoso!
É bem verdade. Às vezes esperamos grandes emoções pra saber que é amor e deixamos passar o que realmente importa na vida!
Não precisa ter borboletas no estômago a cada beijo pra saber que é aquele beijo que vai ficar.
=D
Legal o texto, mas realmente você fez uma bobeira grande. Alguém falou dos créditos e você citou o nome da Jetsunma Tenzin Palmo, como se ela tivesse inspirado levemente o texto. Mas isso não resolve! O problema é que os dois últimos parágrafos, que são praticamente a transcrição do que ela fala no vídeo, não estão sinalizados. Aspas, indicação de referência, link pro vídeo, nada.