No cinema: Psicose

Psicose, de Alfred Hitchcock, está comemorando 50 anos e pensei que seria mais que digno fazer um post em homenagem ao filme! Mas, por quê? Afinal de contas, muitos outros filmes também estão comemorando 50 anos e até mais que isso! Mas Psicose é parte importantíssima da História do Cinema.
Muita gente já torceu o nariz para Hitchcock (inclusive – e principalmente – no mundo acadêmico). Mas cada vez mais se torna inegável sua genialidade como diretor e como contador de histórias. Além disso, Hitchcock subverteu várias fórmulas prontas e regras dos filmes de Hollywood da época (e arrisco dizer que não só dos anos 1960, mas de algumas “regras” existentes até hoje), além de ter mudado também o hábito das pessoas de assistir filmes. Isso porque reza a lenda que, até Psicose, as pessoas não se importavam muito em assistir um filme desde o seu início. Era comum que as pessoas entrassem no cinema no meio das sessões e até mesmo saíssem das salas antes dos filmes terem acabado! Loucura, não?

Mas sendo Psicose o filme em questão, se os espectadores entrassem na sala de cinema depois do mesmo já ter começado, ou se saíssem antes, não entenderiam nada! Já explico o motivo e, se você não viu o filme e não sabe do que se trata, melhor parar de ler o post por aqui, porque daqui pra frente tem MUITOS SPOILERS! Avisando mais uma vez: ATENÇÃO, SPOILERS!

Hitchcock escalou para ser protagonista de seu filme uma das maiores estrelas da época, a atriz Janet Leigh. Daí, que durante a primeira metade do filme, acompanhamos a história de Marion Crane, interpretada por Janet Leigh. Uma funcionária dedicada que acaba roubando uma grana preta da empresa onde trabalha e foge. Até ai, estamos inocentes, acreditando que o filme é sobre isso! Sobre uma mulher de boa índole e bom caráter, que acaba cedendo à tentação e comete um delito e fica em crise com sua consciência. Só que não!
Em sua fuga, ao parar em um motel de beira de estrada para descansar, Marion é…. SPOILER… assassinada! Exatamente isso! Assassinada, no chuveiro! Mesmo que você nunca tenha visto o filme, com certeza já viu a seqüência do chuveiro! Clássico mor do cinema! E ai… Choque no cinema, né? Como assim o louco do Hitchcock mata sua atriz famosíssima e protagonista no meio do filme? E como assim o filme não é sobre ela e seu dilema moral, mas sim sobre um dono de um motel de beira de estrada meio lelé da cuca e sua mãe dominadora! Oi? Fico só imaginando o nó que deu na cabeça dos espectadores lá em 1960! Acho que até hoje nenhum diretor teve a ousadia de fazer nada parecido!

Daí que também reza a lenda que Hitchcock fez uma super campanha antes do filme estrear, orientando as pessoas a chegarem no horário certo, a não saírem no meio da projeção e, o mais importante de tudo, pedindo pelamordedeus pra ninguém sair contando o final do filme por ai! O que hoje em dia seria meio impossível, né? Com o fácil acesso à internet e aos vários sites, blogs e afins que falam sobre filmes (ou sobre qualquer outra coisa), rapidinho as pessoas iam descobrir tudo que acontece em Psicose e de repente o filme nem teria tanta graça nem seria tão relevante assim! Graças a Deus Hitch o fez em 1960, hahaha… Muitos dizem que Hitchcock também foi o responsável pelo surgimento do marketing no Cinema e por todas essas campanhas de lançamentos de filmes, que são muito comuns nos dias de hoje, mas nem tanto assim há 50 anos!

Então! Tá esperando o que pra prestar sua homenagem a Psicose vendo (ou revendo) o filme? Vamos lá!