Além de passar essas três semanas estudando em Milão eu quis aproveitar pelo menos um final de semana pra viajar aqui dentro da Itália. Um lugar que é próximo de Milão e nós ainda não conhecíamos é Cinque Terre, uma região de cinco vilarejos que fica a 3 horas (de trem) de Milão. Pesquisando sobre as Cinque Terre acabamos decidindo nos hospedar em Monterosso, a terre que tem mais infra-estrutura. Alguns relatos que li antes de ir recomendam ficar em uma das cidades do entorno, como La Spezia, mas amei a experiência de ficar duas noites em Monterosso e recomendo pra quem for passar pela região.

Compramos o tíquete de trem Cinque Terre de um dia (12 euros por pessoa), que permite a viagem em qualquer trem regional que pare nas terres durante um dia (também existe o tíquete de dois dias, acho ideal pra quem tiver mais tempo na região) e assim fomos conhecendo cada uma das cidadezinhas: Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e de volta a Monterosso. Uma coisa importante pra quem for comprar o tíquete é lembrar de validar antes de usar pela primeira vez: é só colocar cada um nas maquininhas que ficam espalhadas pela estação.

Riomaggiore é uma graça de cidade. Super íngreme e bem pequena, foi a primeira parada depois de amanhecermos em Monterosso. Uma caminhada curta liga a estacão ao centro da cidade e também à Marina, que tem uma vista muito bonita. É a cidade com mais cara de vila de pescador, as casas parecem que vão despencar, é muito bonito e diferente. Não demoramos por lá, apenas passeamos pelo centro, tomamos um belo gelato artesanal (de melancia! Inusitado, né?) e partimos pra próxima.

Manarola foi a segunda. Já estava tarde e foi aqui que resolvemos almoçar, a cidade é um tiquinho maior que Riomaggiore e tem vários restaurantes simpáticos pra quem quiser comer por lá. Claro que como em todas as terre o forte são os frutos do mar. Confesso que não é meu tipo de comida favorito, mas não podia deixar de provar os pratos típicos da culináriada Ligúria, que em 90% das vezes inclui um fruto do mar. Achei um ítem no cardápio que eu amo: fui de calamari fritti de almoço, delicioso, principalmente com um pouquinho do suco de limão siciliano temperando!

Chegamos a Corniglia e logo na saída da estação demos de cara com todos os passageiros do trem tentando entrar num micro ônibus… Ignoramos a bagunça e fomos em frente pelo caminho de pedestres, apenas pra descobrir que é uma MEGA subida, hahaha! Gente, é bem longe, principalmente pra quem está andando o dia todo embaixo de um sol forte. Subimos escadas que pareciam não ter fim, andamos, e pronto: Corniglia. Confesso que assim que chegamos à cidade, antes de entrarmos na miúca do centro, achei que iria me arrepender de ter ido até lá… Mas foi só tomar um belo gelato e virar a esquina pra descobrir uma das terre mais fofas! AMEI Corniglia, pequenina, espremida, com ares de cidade medieval al mare… Uma das minhas favoritas.

Depois de Corniglia (descemos pra estação usando o ônibus, #ficaadica) fomos pra Vernazza, a terre que costuma ilustrar os guias de viagem da região. A cidade é maiorzinha, estava enfeitada com bandeirolas e logo que chegamos ao centro notados uma movimentação diferente: era um casamento! Os noivos estavam numa sacada jogando doces pra multidão lá embaixo, que gritava e aplaudia, uma festa! Depois de descermos até o mar e Leo experimentar um mergulho fomos até a praça principal para um aperitivo, e outra surpresa: uma procissão. Era dia santo e as crianças estavam todas de branco, uma graça! Em seguida uma banda uniformizada começou a tocar, a coisa parecia um filme de tão surreal, heheh! Vernazza é outra favorita, a cidade tem uma praça central com muitos restaurantes bonitinhos e é o lugar mais adequado (fora Monterosso) pra quem quer entrar na água.

E de volta a Monterosso, nosso ponto de partida, que foi também a minha terre favorita. O motivo é que é a única terre que eu acho que faz sentido passar mais de um tempinho, é a que tem mais estrutura e a única que tem praia. É bem gostoso passear pelo “calçadão” (se é que podemos chamar assim, hehehe, é tudo mini!) e escolher um dos restaurantes para jantar. Comemos bem nos três dias que ficamos por lá, provando pratos com frutos do mar e também tradicionais como massa ao pesto e à bolonhesa. Pra quem quer se hospedar em uma das terre recomendo muito o Hotel Margherita, onde ficamos. Nem parece que estamos num mini vilarejo, o hotel é ótimo, tem wifi e um café da manhã gostosinho, ficaria lá novamente.

A viagem de Milão a Monterosso dura 3 horas de trem (partindo da estação Centrale). Nossa passagem custou 34 euros/cada, na tal primeira classe (que não tem nada demais, na ida nosso vagão mal tinha ar condicionado). Dá conhecer todas as cidades em um dia, como fizemos (no resto do tempo ficamos em Monterosso), mas se você tiver mais tempo acho que o ideal é passar pelo menos dois dias por lá, andando com calma. Eu estava morta no fim do dia, hahah!
Nós acabamos não fazendo nenhuma trilha, atividade comum de quem visita a região. Existem várias que ligam os vilarejos, mas o sol forte não era muito animador… A única que realmente queria fazer era a Via dell’Amore, que liga Riomaggiore a Corniglia, mas infelizmente ela estava fechada por questões de segurança e ficou para uma próxima.

Quem for precisa fazer uma mala adequada: no verão o sol é bem forte e o dia só escurece lá pelas 21 horas, e é preciso lembrar que se anda muito, não existem carros e táxis (mentira, existem, mas é uma bobagem pegar, as cidades são muito pequenas!) por lá. Roupas leves, de cores claras, chapéus, óculos e sapatos e sandálias muito confortáveis são o ideal pra quem for visitar as Cinque Terre.

Alguém já visitou Cinque Terre? Alguma dica pra quem estiver de viagem marcada?